Corinthians descobre contratos ampliados antes de Augusto sair e contesta multa de R$ 29,6 milhões
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Presidente afastado aumentou o valor de rescisão e a duração de acordos com empresa de segurança e limpeza; a nova gestão aponta “cláusulas que lesam o clube financeiramente”.
Testemunhas do caso Vaidebet x Corinthians dão entrevista pela primeira vez. A nova diretoria do Corinthians, empossada há pouco menos de um mês, descobriu contratos ampliados pelo presidente afastado Augusto Melo que considera serem lesivos ao clube. Para rompê-los, o Timão pode ter de pagar R$ 29,6 milhões de multa.
Três semanas antes de deixar a presidência, Augusto Melo assinou dois aditivos contratuais com empresas do grupo RF Segurança e Serviços, responsáveis pela limpeza e vigilância do Parque São Jorge. A informação foi noticiada inicialmente pela “Gazeta Esportiva”.
Antes, os contratos tinham duração até o fim de 2026 (junto com o mandato de Augusto Melo) e para rescindi-los bastava pagar o equivalente a um mês de prestação de serviços. Com as alterações assinadas por Augusto, os vínculos foram prorrogados até 2030, e a multa para rompê-los passou a ser o valor total remanescente do contrato. Ou seja, para encerrar os contratos agora, o Corinthians precisa arcar com o custo de todas as mensalidades até o fim de 2030.
A nova diretoria alvinegra alega que os aditivos não estavam nos sistemas do clube nem foram encontradas cópias nos departamentos jurídico e administrativo. Ao tomarem posse, começaram a verificar empresas que prestavam serviços ao Corinthians, entre elas a de segurança e limpeza, que sempre foi alvo de questionamentos internos.
Verificou-se que o aditivo foi produzido fisicamente, fora dos sistemas oficiais do clube, utilizando um carimbo aparentemente diverso do usual e ostentando um visto jurídico cuja autoria não é reconhecida por nenhum dos profissionais que integravam o setor na época, o que reforça fortemente os indícios de tentativa de simular uma validação jurídica inexistente, e cuja autoria deve ser apurada.
O Corinthians faz uma varredura interna a fim de averiguar se há mais casos desse tipo e avalia a possibilidade de invalidar esses aditivos contratuais com base na Lei Geral do Esporte. O caso deve ir parar nos tribunais em breve. A diretoria também planeja responsabilizar Augusto Melo judicialmente e buscar ressarcimento do presidente afastado em relação a eventuais prejuízos ocasionados ao clube.