Título da Copa do Brasil precisa dar à luz um Corinthians melhor
Timão supera temporada muito tumultuada e encontra novo horizonte, com Libertadores pela frente, no próximo ano
Vasco 1 x 2 Corinthians | Melhores momentos | Final | Copa do Brasil 2025
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Vasco 1 x 2 Corinthians | Melhores momentos | Final | Copa do Brasil 2025
O Corinthians [https://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/] do presente foi ao palco de façanhas do passado para, quem sabe, desenhar um futuro melhor. Um quarto de século depois do título mundial conquistado justamente no Maracanã, justamente contra o Vasco, ganhou a Copa do Brasil no encerramento de uma temporada terrivelmente acidentada. No crepúsculo de 2025, no lusco fusco do ano, deu à Fiel, àquela que tem fé, mais do que um título para comemorar: deu esperanças.
A vitória por 2 a 1 no segundo jogo da final, gols de Yuri Alberto e Memphis Depay [https://ge.globo.com/rj/futebol/copa-do-brasil/jogo/21-12-2025/vasco-corinthians.ghtml], corroborou a trajetória do Timão em uma Copa do Brasil inesquecível. Foram oito vitórias em dez jogos, com triunfos em todas as partidas como visitante – e o Palmeiras, seu maior rival, abatido pelo caminho, como já havia acontecido na decisão do Campeonato Paulista.
O título dá ao Corinthians mais uma taça para se orgulhar, R$ 77 milhões em premiação e uma vaga direta na Libertadores do ano que vem. Dá também a lembrança de que esse time tem potencial, tem qualidade, como lembraram os dois gols no Maracanã: o lançamento precioso de Matheuzinho e o domínio impecável de Yuri Alberto no primeiro; o drible desconcertante de Breno Bidon na origem do segundo.
1 de 2 Memphis comemora o título da Copa do Brasil pelo Corinthians — Foto: Alexandre Loureiro/AGIF
Memphis comemora o título da Copa do Brasil pelo Corinthians — Foto: Alexandre Loureiro/AGIF
E dá ainda respaldo para a sequência do trabalho de Dorival Júnior, agora um tetracampeão da Copa do Brasil, a exemplo do Corinthians. No ano em que viu encerrada sua passagem mal-sucedida pela Seleção, o treinador conseguiu uma reação rápida e assertiva: levou o Timão a um título nacional mesmo com o caos político que cercava o vestiário, mesmo com recorrentes problemas de lesão, mesmo com poucos reforços.
Dorival deixou sua marca na final. Apostou em um time com três jogadores de marcação no meio (Raniele, José Martínez e Maycon) e colocou Garro no banco. Foi uma decisão arriscada, que cobraria um preço alto no caso de perda do título. Mas a convicção se mostrou acertada.
O Corinthians conseguiu amarrar o setor de criação do Vasco em boa parte do jogo. De quebra, encontrou espaços na defesa adversária, em especial pelo lado esquerdo de ataque. Fez um jogo concentrado, preciso e altamente competitivo. Mereceu ser campeão.
Memphis celebra vontade do Corinthians na vitória: “Muito orgulho dos companheiros” [https://s01.video.glbimg.com/x240/14198376.jpg]
Memphis celebra vontade do Corinthians na vitória: “Muito orgulho dos companheiros”
E agora, enquanto celebra o finalzinho de um 2025 que saiu melhor do que a encomenda, precisa olhar para o futuro. Está encerrado o ano do impeachment de Augusto Melo, da guerra política, dos escândalos envolvendo gastos das gestões passadas (que teriam incluído remédio para disfunção erétil, uma chacota).
Mas segue o transfer ban da Fifa, seguem os processos trabalhistas que brotam todos os dias no clube, segue o assombro de uma dívida que já se aproxima dos R$ 3 bilhões. O título da Copa do Brasil não eliminará nada disso em um passe de mágica.
O que a nova taça pode (e precisa) fazer é oferecer outro horizonte ao Timão. Ela pode dar à luz um time mais confiante, mais estável, mais forte. Enquanto isso, o clube precisa encontrar tempos de paz. Afinal, se conseguiu um título tão expressivo no meio de tamanha desordem, convém imaginar aonde poderá chegar quando se organizar.
2 de 2 Jogadores e comissão técnica do Corinthians comemoram título da Copa do Brasil com troféu — Foto: André Durão
Jogadores e comissão técnica do Corinthians comemoram título da Copa do Brasil com troféu — Foto: André Durão
