Há quase três anos, as atividades presenciais foram quase completamente interrompidas no Brasil. A identificação do coronavírus no País exigiu esforço da ciência e das autoridades para tentar conter a até então desconhecida covid. Os estudos identificaram a ocorrência de surtos na pandemia causados por variantes, que circulam até hoje. Para a maioria das pessoas, a pergunta é: até quando esse microorganismo sofrerá essas mutações?
A pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Paola Resende, explica que não é possível determinar o fim. No entanto, a cientista consegue apontar como o coronavírus pode ser freado. A evolução natural do SARS-CoV-2 é prevista por ser uma forma de adaptação para sobreviver.
“Enquanto o vírus circular em altas proporções, existe a possibilidade de surgimento de novas variantes. Por isso, o ideal é que a gente reduza ao máximo essa circulação, para que as chances de surgimento de uma nova variante, que pode ter maior impacto na dispersão da Covid-19, seja reduzida”, detalha.
Resende esclarece que a estratégia mais eficaz para é a vacinação. A aplicação de doses de vírus atenuados na população para aumentar a resistência contra a doença e contra casos graves resulta em menos circulação do vírus. Assim, a tendência é a extinção desse grupo de causadores de covid.
“As medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras, também são importantes quando o indivíduo estiver exposto a aglomeração. Isso reduz a chance de transmissão e, consequentemente, o aumento da circulação viral, que eleva a possibilidade de emergência de novas variantes”, esclarece a pesquisdora da Fiocruz.
Segundo ela, somente as mutações com “força” são chamadas de variantes. As características genéticas comuns presentes nos genomas dos coronavírus recebem o título de linhagem, que já somam 2,5 mil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) determinou que aquelas com alto número de casos ou com relevante alterações genéticas são identificadas por letras gregas, a exemplo da Alfa, Beta, Delta e Gama. Atualmente, a Ômicron predomina em todo o mundo.
Goiás já registrou 1.873.433 casos da doença e 27.925 óbitos confirmados por covid desde o início da pandemia, conforme indicadores da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO). Já foram aplicadas 5.910.925 imunizantes da primeira dose nos goianos. Em relação à segunda dose e a dose única, foram vacinadas 5.339.757 pessoas e 2.790.850 pessoas já receberam a dose de reforço. Entre as crianças de 5 a 11 anos, 63.11% já receberam uma dose da vacina. Esses dados são preliminares e coletados junto ao Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), do Ministério da Saúde.