O ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) afirmou que os bolsonaristas acampados em Brasília acreditavam em apoio de extraterrestres na tentativa de golpe. O depoimento do coronel Jorge Eduardo Naime foi convocado pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Legislativa do DF,,que investiga os atos antidemocráticos. Ele está preso desde 7 de fevereiro após ser alvo da operação da Polícia Federal (PF) chamada Lesa Pátria.
“Teve um que me abordou e falou para mim que ele era um extraterrestre, que ele estava ali infiltrado e que assim que o Exército tomasse, os extraterrestres iriam ajudar o Exército a tomar o poder. Eles consumiam só informações deles, era só o que era falado no carro, estavam em uma bolha”, destacou.
Naime frisa que os bolsonaristas viviam em uma “bolha” e receberam apoio do Exército. Segundo o coronel, no dia da destruição das sedes dos Três Poderes na capital federal, em 08 de janeiro, ele estava de folga e foi convocado a atuar na repressão à invasão. Parte dos policiais se dirigiu para o QG dos invasores após conterem o grupo, porém os militares das Forças Armadas teriam impedido a prisão dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Me causa estranheza ter usado somente os alunos. Realmente eu acho que precisa haver uma revisão nessas escalas e ver se realmente isso aconteceu porque foge completamente do que é o nosso padrão. “Tinha uma linha de choque do Exército com blindados. Eles não estavam voltados para o acampamento, mas sim para a PM”, declarou.
Jorge está sendo investigado pela PF por suspeita de ter sido conivente com os bolsonaristas nos atos terroristas ao se omitir na ação na Praça dos Três Poderes. A CPI da CLDF tenta pela segunda vez obrigar o ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro a prestar esclarecimentos na Casa. A defesa dele afirma que o cliente não poderá comparecer. Ele está preso desde 14 de janeiro, quando retornou de férias dos Estados Unidos.
Nesta semana, o governador do DF reassumiu o cargo. Ibaneis Rocha havia sido afastado da função pública por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Outro desdobramento dos atos antidemocráticos foi a determinação pelo presidente Lula de estado de defesa na segurança pública na capital federal. Durante pouco mais de dois meses, a vice Celina Leão respondeu como titular do mandato.
O ex-presidente Jair Bolsonaro criticou a prisão dos golpistas em diversas ocasiões. “No Brasil, tudo passou a ser fake news, atentado contra o Estado Democrático de Direito. Vão completar dois meses com 900 pessoas presas, tratadas como terroristas. Não foi mostrado, quando foram presas, um canivete sequer com elas. E estão presas. Chefes de família, senhoras, mães, avós”, frisou.
Assista ao vídeo:
https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2023/03/16/coronel-da-pmdf-diz-que-bolsonaristas-acampados-em-brasilia-viviam-em-bolha-e-que-um-deles-contou-ser-extraterrestre.ghtml
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