Corpo de Paulo Frateschi, ex-deputado do PT esfaqueado pelo filho, será velado na Assembleia Legislativa de São Paulo
Paulo Frateschi foi esfaqueado durante uma briga com o filho Francisco, que tem histórico de distúrbios psiquiátricos. Despedida está marcada para acontecer a partir das 8h.
O ex-deputado Paulo Frateschi, do PT, um dos fundadores do partido e liderança de esquerda em São Paulo. — Foto: Divulgação/PT
O corpo do ex-deputado estadual pelo PT, Paulo Frateschi, será velado nesta sexta-feira (7) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
Ele morreu na manhã de quinta-feira (6) após ser esfaqueado pelo filho em casa, na Zona Oeste da capital paulista. Irmão do ator e dramaturgo Celso Frateschi, o petista tinha 75 anos.
A cerimônia de despedida está marcada para acontecer a partir das 8h, no Salão Nobre da Alesp.
Autoridades, parlamentares e militantes do PT são aguardados para o funeral do ex-parlamentar, que é figura marcante da história do partido desde a fundação, em 1980.
A saída do cortejo da Alesp ocorrerá às 14h, com destino ao Cemitério Memorial Parque Jaraguá, localizado na Vila Sulina. O sepultamento está previsto para as 15h30.
O ex-parlamentar deixa a esposa Yolanda Maux Vianna, filhas, netos e irmãos.
Ex-deputado Paulo Frateschi, do PT, morre assassinado em São Paulo
O ex-deputado foi esfaqueado durante uma briga com o filho Francisco, que tem histórico de distúrbios psiquiátricos. O ex-deputado foi socorrido e encaminhado ao Hospital das Clínicas (HC), no Centro da capital, mas não resistiu aos ferimentos.
Francisco acabou detido pela Polícia Militar. Ele saiu do local do crime sedado e foi levado por uma ambulância para a UPA da Lapa.
Até as 21h de quinta, ainda não havia sido informado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) se ele foi encaminhado para alguma delegacia ou unidade prisional.
Segundo os policiais militares, o agressor teve um surto e atacou o pai com uma faca. Ele ainda agrediu a mãe e a irmã. A mãe foi socorrida com suspeita de fratura no braço. A irmã não se feriu.
“Teve todo um trabalho de poder dominá-lo de um quadro psicótico que ele não era responsivo. Ele não conseguia entender as ordens, falava de forma desconexa e estava bem agressivo”, afirmou o tenente-coronel da PM Helder Antônio de Paula.
A família se dividia entre a casa no Alto da Lapa e outra em Paraty (RJ). Eles estavam na capital paulista para internar o filho, que começou a ter problema psiquiátrico após um acidente.
Amigo pessoal do presidente Lula (PT), Frateschi foi figura ativa no partido. Sua morte repercutiu entre seus pares.
O CASO
Os PMs foram acionados para atender um caso de agressão numa residência na Rua Ponta Porã, no bairro da Lapa.
Ao chegarem ao imóvel, os policiais informaram ter encontrado um homem em surto que havia atacado o próprio pai com golpes de faca, atingindo-o na cabeça e no braço.
A mãe do agressor tentou intervir, mas foi agredida pelo filho – ela teve ferimentos leves. Não há confirmação se a mulher também foi esfaqueada. A faca foi encontrada pelos policiais na pia da cozinha e apreendida.
Procurada para a comentar o assunto, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que “o local foi preservado para perícia”, que será feita pela Política Técnico-Científica.
O QUE DIZ O PT
Por meio de nota, o Partido dos Trabalhadores confirmou a morte de Frateschi e lamentou a perda dele:
“É com profunda tristeza que comunicamos o falecimento do ex-presidente do PT Paulista e ex-deputado estadual Paulo Frateschi, companheiro e dedicado militante do nosso partido.
Durante toda a sua trajetória, nosso companheiro demonstrou coragem, integridade e compromisso com o PT e pela busca de um país mais justo.
Paulo Frateschi deixa um legado, marcado pela luta pela justiça e pela inclusão. Ele permanecerá vivo em nossos corações e nas ações que ele ajudou a inspirar.
A ausência do nosso querido Frateschi deixa uma lacuna irreparável entre amigos, familiares, companheiras e companheiros de luta.
Manifestamos à família, aos amigos e a todos que com ele caminharam, a nossa mais sincera solidariedade.”
DOIS FILHOS MORTOS
O ex-deputado Paulo Frateschi já perdeu dois filhos, que morreram em acidentes de carro. Um foi Pedro, morto em 2002, quando tinha 7 anos. Outro foi Júlio, de 16 anos, em 2003.
Pedro faleceu num acidente na Rodovia Carvalho Pinto, em Guararema, interior de São Paulo. No ano seguinte, Júlio morreu em outro acidente, na Rodovia Rio-Santos, entre Paraty e Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
Francisco também sofreu um acidente de carro, em 2015, que deixou uma de suas pernas mais curta do que a outra, o que o levou a usar muletas para se locomover. De acordo com amigos próximos da família, ele passou por diversas cirurgias ao longo dos últimos anos.
REPERCUSSÃO
A morte de Frateschi repercutiu entre as pessoas que conviveram com ele e o admiravam. Veja abaixo o que disseram nas suas redes sociais:
“Recebi consternado a notícia da morte do meu amigo e companheiro Paulo Frateschi. Uma tristeza e uma dor imensa tomou conta do meu coração. Estou ainda em choque. Paulão você fará muita falta entre nós”, escreveu Luiz Marinho, ministro do Trabalho do governo Lula, no X.
“Hoje nos despedimos do amigo Paulo Frateschi, companheiro querido, homem fraterno e referência de compromisso público e político no Brasil. Ex-presidente estadual do PT em São Paulo e dirigente histórico do partido, foi defensor incansável da democracia, com coragem e determinação”, postou Fernando Haddad, ministro da Fazenda do atual governo, no Instagram.
“Estou devastado pela notícia da tragédia que se abateu sobre meu amigo Paulo Frateschi”, publicou Emídio de Souza, deputado estadual pelo PT de São Paulo.
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) também se manifestou sobre o amigo: “Fundador do PT, deputado e presidente do partido, dedicou sua vida à construção do PT e às eleições de Lula, de quem era parceiro e amigo. Sua coragem e compromisso deixam um legado que jamais esqueceremos. Amigo e companheiro, sempre esteve ao meu lado em todos os momentos, principalmente nos tempos difíceis. A Yolanda, sua companheira, enviamos nosso abraço afetuoso, com presença amiga e solidária. Seguiremos firmes na sua memória. Descanse em paz, Paulo.”




