Corpo de jornalista é encontrado em represa

Corpo de jornalista é encontrado em represa

O corpo do jornalista Milton Gamez foi encontrado nesta terça-feira, na represa de Ibiúna, em São Paulo. O jornalista estava desaparecido desde a noite de segunda-feira, quando foi visto pela última vez nas imediações da propriedade da família, no município paulista. Gamez deixa a mulher, a jornalista Suzana Barelli, e dois filhos, Giovana e Igor. Local e horário de velório ainda não foram definidos.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o jornalista nadava em uma lagoa dentro do condomínio quando desapareceu. Desde então, os bombeiros procuravam por ele. De acordo com a Guarda Civil de Ibiúna, o corpo foi encontrado a aproximadamente 300 metros de distância de onde entrou na água.

Miltinho, como era conhecido pelos colegas, tinha 54 anos e 30 de profissão. A carreira começou na Gazeta Mercantil. O seu último trabalho foi na FSB Comunicação. Gamez foi da primeira equipe do jornal Valor Econômico e também o primeiro editor-chefe da revista IstoÉ Dinheiro. Ele teve passagens por Exame, O Globo, Folha de S.Paulo e Harvard Business Review.

Em nota publicada pela revista IstoÉ Dinheiro, o presidente executivo da Editora Três, Caco Alzugaray, escreveu: “O Miltinho foi uma das principais referências de nossa geração do jornalismo profissional: ético, responsável, arrojado (não, uma característica não briga com a outra) e muito bem escrito!”, afirmou. “Deixa muitas saudades, admiração e verdadeiros amigos aqui na sua principal casa jornalística”, completou.

Em 1997, durante a realização de um Fórum Econômico Mundial, o jornalista foi o responsável por conseguir uma entrevista exclusiva do investidor George Souros – que seria capa da IstoÉ Dinheiro.

Amigos do jornalista recordam que certa vez ele entrou em uma reunião de acionistas cujo assunto era a fusão do Itaú e do Unibanco. Na ocasião, Roberto Setubal, copresidente do conselho de administração do Itaú Unibanco, teria dito: “Você é jornalista. Não pode estar aqui!” Segundo relatos, Miltinho teria respondido que estava lá como cotista do Itaú.

Outra característica lembrada por colegas de redação era o prestígio de Miltinho. Em meados de 2009, a Istoé Dinheiro iria começar a fazer alguns vídeos para a internet. O Luiz Carlos Trabuco, à época recém-nomeado presidente do Bradesco, foi até a redação para gravar o vídeo. Ficou duas horas nesse processo. Por algum problema técnico, nada foi gravado. Miltinho pediu e, dias depois, Trabuco voltou à redação para fazer uma nova gravação.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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