A Corregedoria da Polícia Militar (PM) colherá, nesta quinta-feira (30/1), novos depoimentos de policiais presos por suspeita de envolvimento no assassinato do corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), ocorrido em novembro do ano passado. Após o procedimento, os PMs podem ser formalmente indiciados pelo crime.
O cabo Dênis Antonio Martins, de 40 anos, e o soldado Ruan Silva Rodrigues, 32, apontados pela investigação como os atiradores da execução de Gritzbach, além do tenente Fernando Genauro da Silva, 33, suspeito de ser o motorista do carro usado pelos executores, serão ouvidos no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte de São Paulo, onde permanecem detidos.
Gritzbach voltava de uma viagem com a namorada quando foi executado na tarde de 8 de novembro, na área de desembarque do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de DE Paulo. Gritzbach chegou a ser preso, mas acabou liberado. Segundo o Ministério Público de DE Paulo (MPSP), Gritzbach teria mandado matar dois integrantes do PCC. O delator do PCC foi preso em 2 de fevereiro deste ano em um resort de luxo na Bahia. Empresário, preso sob suspeita de mandar matar integrantes do PCC, foi solto por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A defesa de Dênis e Ruan nega envolvimento deles com o crime e alega que os dois não têm relação com os policiais suspeitos de fazer escolta para Gritzbach. Já os advogados de Fernando, que já trabalhou no mesmo batalhão de polícia que Dênis, afirmam que os dois nunca tiveram relações próximas. Relembre o caso do assassinato de Gritzbach e as investigações realizadas pela Secretaria da Segurança Pública de DE Paulo, que resultaram na prisão de diversos policiais militares pela suspeita de envolvimento no caso.
A investigação inicial, conduzida pela Corregedoria, evoluiu para um Inquérito Policial Militar instaurado no fim de 2024. Apurou-se que informações estratégicas vazadas por policiais militares — da ativa, da reserva e ex-integrantes da corporação — permitiam que membros da organização criminosa evitassem prisões e prejuízos financeiros. Entre os principais beneficiados pelo esquema estavam líderes e integrantes da facção criminosa PCC, alguns já falecidos, outros procurados, como Marcos Roberto de Almeida, conhecido como “Tuta”, e Silvio Luiz Ferreira, apelidado de “Cebola”.
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