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Corregedoria descobre rede de empresas associadas a policiais denunciados por delator do PCC

Última atualização 16/11/2024 | 18:34

A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo avançou significativamente na investigação envolvendo policiais denunciados pelo delator do PCC, Antônio Vinícius Gritzbach. A investigação, realizada em parceria com o Ministério Público paulista, mapeou uma complexa rede de empresas supostamente operando em conluio com os policiais citados na delação.
 
Gritzbach, que foi executado a tiros no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos em 8 de novembro, havia se tornado um delator de crimes da facção PCC e estava jurado de morte pela organização criminosa. Sua proposta de delação, obtida pelo Estadão, revelou denúncias de corrupção envolvendo agentes de duas delegacias e dois departamentos da Polícia Civil de São Paulo, incluindo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
 
A investigação da Corregedoria identificou várias empresas que teriam relação com os policiais denunciados. Essas empresas estão sob suspeita de operar em benefício dos interesses criminosos, facilitando atividades ilícitas como lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, confirmou que os policiais civis citados na delação serão afastados de suas funções enquanto a investigação prossegue.
 
Além disso, a Corregedoria da Polícia Militar também está investigando quatro policiais militares que foram contratados para fazer a segurança privada de Gritzbach. Esses policiais violaram o regimento interno da Polícia Militar, que proíbe atividades remuneradas fora da corporação. Três dos quatro policiais não estavam presentes no local na hora do atentado, alegando uma pane elétrica em um dos carros.
 
A delação de Gritzbach detalha pagamentos de propinas em dinheiro e até mesmo a transferência de propriedades imobiliárias para livrar integrantes do PCC de acusações criminais. Uma das propinas mencionadas teria alcançado R$ 70 milhões.
 
A investigação continua aprofundando as ligações entre os policiais e as empresas envolvidas, buscando esclarecer o alcance da corrupção e as implicações para a segurança pública.

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