Saiba quem era a corretora de SP identificada após mais de 6 anos da tragédia em Brumadinho
Maria de Lurdes da Costa Bueno, que tinha 59 anos, vivia em São José do Rio Pardo (SP) e foi vítima de rompimento de barragem junto com dois enteados, a nora e o marido.
A corretora Maria Lurdes da Costa Bueno morta na tragédia de Brumadinho (MG) São José do Rio Pardo (SP) — Foto: Reprodução/Facebook
O corpo da corretora de imóveis Maria de Lurdes da Costa Bueno, moradora de São José do Rio Pardo (SP), foi identificado na noite de quinta-feira (6), mais de 6 anos após o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG).
A mulher de 59 anos estava com a família em uma pousada destruída pela lama. A identificação de Maria de Lurdes foi possível por meio de exame antropológico. Segmentos da vítima foram encontrados na área de buscas na manhã de quinta e incluíam um fêmur com prótese.
A tragédia deixou 270 pessoas mortas e despejou milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração na bacia do Rio Paraopeba. Tiago Tadeu Mendes da Silva e Nathália de Oliveira Porto Araújo seguem desaparecidos.
Maria de Lurdes da Costa Bueno, que era conhecida como Malu, era corretora de imóveis e sócia de uma imobiliária junto com o marido, em São José do Rio Pardo (SP). Ela estava passeando com a família em Brumadinho para conhecer o Inhotim.
A família foi ao local a pedido do enteado, que tinha o sonho de conhecer o Inhotim. Malu, como era conhecida entre familiares e amigos, estava com o marido, Adriano Ribeiro da Silva, os dois filhos dele, Luiz e Camila Taliberti, e a noiva do rapaz, Fernanda Damian de Almeida. Todos morreram na tragédia.
Sem o corpo ou fragmentos que identificassem a morte de Maria de Lurdes, a família só conseguiu provar que ela estava na região afetada e emitir a certidão de óbito cinco meses após a tragédia.
“Nós que não recuperamos o corpo inteiro da pessoa amada nunca vamos receber um laudo que vai falar como foi que ela morreu. Agora já passou muito tempo e, mesmo se eles encontrarem o corpo inteiro, a gente nunca vai saber como foram os últimos segundos da vida dela. É um luto muito difícil de explicar”, disse na ocasião.
De acordo com o tenente Henrique Barcellos, os segmentos da vítima foram encontrados em uma área de buscas chamada “remanso 4”. O local fica a aproximadamente 2 km da Pousada Nova Estância. Faz mais de dois anos desde que uma vítima da tragédia foi identificada pela última vez.
Seis anos depois, o Corpo de Bombeiros mantém as buscas pelas vítimas ainda não encontradas. Os militares atuam com o apoio de estações de busca, que processam o material recolhido por máquinas e separam os fragmentos maiores dos mais finos. Os bombeiros são treinados para inspecionar visualmente tudo o que passa pelas esteiras e, desde o fim do ano passado, contam com a ajuda de inteligência artificial nesse processo.