Corridas com táxis mais que dobram nos últimos seis meses em Goiânia

As ruas de Goiânia têm cada vez mais pessoas sendo transportadas por táxis. A quantidade de solicitações por esse meio de transporte chegaram a dobrar nos últimos seis meses. A explicação pela alta procura está em vários aspectos, como abandono de motoristas do aplicativo devido ao aumento dos combustíveis, peso das tarifas dinâmicas e frequentes cancelamento de viagens.

O serviço agora enfrenta o reflexo dessa demanda: a falta de condutores para atenderem aos chamados. As vantagens para o solicitante são várias, a começar pela segurança de ter a realização da corrida. Segundo o diretor da Coopertaxi, Carlos Eduardo de Oliveira, a empresa vem convidando motoristas para aumentar a frota requisitada normalmente pela tradicional chamada telefônica ou por whatsapp, apesar de disponibilizarem um aplicativo exclusivo próprio.

“Agora, depois que passou o pior da pandemia, aumentou muito a procura. Em novembro, a gente tinha 1,5 mil solicitações e agora 4 mil por dia. O preço das corridas de táxi sai mais barato do que por aplicativo. Temos 180 motoristas em nossa base, mas precisamos de mais pessoas para dar conta do trabalho. Muita gente se aposentou, saiu da profissão ou teve os carros sucateados e pararam”, explica. 

O mercado de transporte por aplicativo também sofre com a redução de profissionais. O representante dos profissionais por aplicativos de Goiás, Miguel Veloso, afirma que o contexto faz com que os usuários sofram com os cancelamentos de viagens, o que não ocorre com os táxis. “Muitos profissionais por aplicativos trabalham com carros alugados e muitos deles tiveram seus ganhos afetados devido ao valor do combustível. O passageiro acaba esperando mais para encontrar um motorista”, diz.

Numa simulação feita às 18h30 desta segunda (04), o aplicativo da Coopertaxi cobrava R$18,33 por um taxi comum da Praça Cívica até a nova sede da Assembleia Legislativa de Goiás, no Parque Lozandes. Já pelo aplicativo Uber o mesmo trajeto custa R$19,97. 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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