Núcleos político e financeiro: entenda a relação entre o prefeito Rodrigo Manga,
apontado como líder de organização criminosa, e outros investigados pela PF
Núcleo financeiro inclui, além de Rodrigo Manga (Republicanos), a mulher dele,
Sirlange Frate, o pastor Josivaldo Souza, a cunhada do prefeito, Simone Frate, e
o empresário Marco Mott. Já no núcleo político, também fazem parte do esquema o
ex-secretário de Saúde, Vinicius Rodrigues, e o ex-secretário de Administração,
Fausto Bossolo.
A Polícia Federal identificou dois núcleos dentro do esquema de corrupção
envolvendo o prefeito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos). As investigações levaram ao afastamento de Manga por 180 dias.
Além de Manga, os investigados que fazem parte dos dois núcleos são: Sirlange
Frate, esposa do prefeito, a pastora Simone Frate, irmã de Sirlange e cunhada do
prefeito, o bispo evangélico Josivaldo Souza, marido de Simone, o empresário
Marco Mott, amigo de Rodrigo, Vinicius Rodrigues, o ex-secretário de Saúde, e
Fausto Bossolo, ex-secretário de Administração.
Josivaldo Souza e Marco Mott foram presos na quinta-feira (6), durante a segunda
fase da operação da PF. Simone Frate é considerada foragida.
DE e a TV TEM tiveram acesso
exclusivo aos documentos que mostram a investigação da Polícia Federal durante a
Operação Copia e Cola. A corporação aponta Rodrigo Manga como líder de uma
organização criminosa, que era dividida em dois núcleos: o financeiro e o
político. Entenda abaixo:
NÚCLEO FINANCEIRO
Conforme a Polícia Federal, a primeira dama, Sirlange Frate, é dona de uma
empresa de publicidade, conhecida como 2M Comunicação e Assessoria, e usava o
empreendimento para lavar dinheiro.
Entre janeiro de 2021 e julho de 2025, segundo a PF, Rodrigo Manga, Sirlange
Frates e Marco Mott ocultaram e lavaram R$ 448,5 mil mediante um contrato de
publicidade entre a 2M Comunicação e Assessoria e a Igreja Cruzada dos Milagres
dos Filhos de Deus.
Além disso, entre janeiro de 2021 e junho de 2023, Rodrigo Manga, Sirlange
Frates, Simone Frates e Josivaldo Batista ocultaram R$ 780 mil com a assinatura
de outro contrato de publicidade entre as mesmas partes.
Além dos contratos, a investigação da PF apontou que Josivaldo e Simone também
faziam a lavagem de dinheiro nas duas sedes da Igreja Cruzada dos Milagres dos
Filhos de Deus, no Brás e em Santo Amaro, na capital paulista.
Marco Mott, que é amigo de infância de Rodrigo Manga, é dono de um
estacionamento em Sorocaba. A investigação apontou que o empresário atuava como
operador financeiro e lavava dinheiro de contratos públicos.
Foram identificados 52 depósitos, que somam R$ 6,5 milhões em dinheiro. Segundo
a PF, o empresário não comprovou a origem lícita dos valores. Para a corporação,
o montante não corresponde à atividade de Mott no estacionamento.
NÚCLEO POLÍTICO
Quanto ao núcleo político, a Polícia Federal identificou que, além de Rodrigo
Manga, também fazem parte do esquema o ex-secretário de Saúde, Vinicius
Rodrigues, e o ex-secretário de Administração, Fausto Bossolo.
O grupo fazia a negociação entre empresas e a prefeitura em contratos na área da
saúde. Além disso, negociava propinas.
A defesa de Rodrigo Manga disse, em nota, que a investigação conduzida pela
Polícia Federal de Sorocaba é completamente nula, porque foi iniciada de forma
ilegal e conduzida por autoridade manifestamente incompetente.
Já os advogados da primeira dama, Sirlange Frate, informaram que todas as
operações financeiras são lícitas, documentadas e declaradas em Imposto de
Renda. A defesa também rechaça as acusações e diz que espera que a investigação
seja arquivada.
Os advogados do bispo evangélico Josivaldo e da Igreja Cruzada de Milagres dos
Filhos de Deus informaram que não participaram de atividades ilícitas e que
todas as movimentações foram declaradas.
A defesa do empresário Marco Silva Mott informou que só vai se manifestar quando
tiver acesso às provas.
Já Vinicius Rodrigues disse que não tem relação com as denúncias e que os
contratos investigados não tiveram a participação dele. O ex-secretário também
diz não saber o motivo de ser investigado “por atos de outras pessoas”.
DE e a TV TEM não conseguiram
contato com o ex-secretário Fausto Bossolo.
Os advogados de Manga protocolaram, no dia 10 de novembro, um pedido de habeas
corpus no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3). No dia seguinte, às
9h25 da manhã, apresentaram um complemento ao pedido. O documento tem 422
páginas e é assinado por seis advogados, que tentam convencer a Justiça a
suspender as restrições administrativas impostas ao político.
Apesar do pedido, o habeas corpus foi negado pela Justiça e não exclui
automaticamente a investigação da Polícia Federal e não garante o retorno
imediato de Manga à administração municipal. Ele segue afastado do cargo até
abril de 2026, conforme decisão judicial.
Mais de 3 mil depósitos transações mostram movimentação de R$11 milhões entre
investigados.
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