Corte Interamericana condena Brasil por desaparecimento de jovens: Famílias buscam justiça e indenização

A Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o estado brasileiro pelo desaparecimento de 11 jovens da Favela de Acari em 1990, crime que aconteceu em um sítio em Suruí, Magé, na Baixada Fluminense. Os corpos nunca foram encontrados. A decisão foi lida pela presidente do órgão na Costa Rica, nesta quarta-feira (4).

Os familiares das vítimas, que esperavam a sentença havia 34 anos e 5 meses, viram finalmente o reconhecimento do crime que jamais teve solução graças ao Movimento Mães de Acari. Os jovens avisaram aos pais que passariam o fim de semana no sítio, mas nunca voltaram para casa. No dia do desaparecimento, homens armados entraram na casa usando capuz e levaram os garotos em dois carros, e desde então, os corpos nunca foram encontrados.

A principal suspeita é de que o grupo de extermínio chamado Cavalos Corredores, formado por policiais militares do Batalhão de Rocha Miranda, tenha cometido os assassinatos na Baixada Fluminense nos anos 90. A sentença da Corte Interamericana determinou que o estado brasileiro emita as certidões de óbito das 11 vítimas, construa um memorial em homenagem a elas em Acari em 2 anos e indenize as famílias pelos danos causados.

Além disso, a decisão estabelece que o estado adote medidas administrativas e legislativas para tipificar o crime de desaparecimento forçado e reforce a capacidade investigativa contra grupos criminosos ligados a agentes estatais, incluindo a milícia. Familiares e a OAB-RJ vão a Brasília entregar a decisão ao Ministério dos Direitos Humanos na próxima semana, visando a implementação integral da decisão histórica da Corte Interamericana.

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania assegurou o comprometimento para que episódios como este não se repitam e para implementar a decisão da Corte. A Secretaria de Estado do Rio elaborou uma proposta para regulamentar a lei estadual e realizar o pagamento das indenizações, acompanhando o caso desde o início e prestando suporte às famílias afetadas. A sentença da Corte Interamericana não se limita a este caso específico, mas aponta para mudanças necessárias na investigação e punição de crimes dessa natureza no país.

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Menino Gui, torcedor do Vasco, celebra como Torcedor do Ano: ‘Estou muito feliz’

Menino Gui celebra prêmio de Torcedor do Ano e agradece votos que recebeu: ‘Estou muito feliz’

Guilherme Gandra, de 10 anos, é torcedor e ‘xodó’ do Vasco da Gama, mas é estimado pelas torcidas de vários clubes. Ele é portador de uma doença autoimune rara chamada epidermólise bolhosa.

Guilherme Gandra ganha prêmio da Fifa de Torcedor do Ano

Guilherme Gandra, o menino Gui, de 10 anos, torcedor do Vasco da Gama, celebrou a conquista do troféu Torcedor do Ano no “Fifa The Best Football Awards” agradecendo os votos que recebeu.

“Pessoal, muito obrigado por votar em mim, eu agradeço a todos que me apoiaram. Estou muito feliz”, destacou Gui.

Ele é portador de uma doença autoimune rara chamada epidermólise bolhosa, que fragiliza a pele, fazendo com que surjam feridas e bolhas ao menor atrito.

Gui ficou conhecido depois que um vídeo compartilhado por sua mãe viralizou nas redes sociais, em junho de 2023. Na época, Tayane registrou o encontro com o filho depois de ele ficar 16 dias em coma induzido.

Desde então, Gui se tornou um torcedor símbolo do Vasco e sua história ultrapassou os limites do time. Ele passou a ganhar camisas de diferentes times e recebeu convites para visitar instalações de clubes no exterior, registrando momentos ao lado de jogadores diversos.

Em novembro de 2023, Gui foi a Brasília conhecer o presidente Lula. O menino conseguiu trazer visibilidade para a doença. Tanto, que foi sancionada a “Lei Gui” no estado do Rio de Janeiro, que prevê o pagamento de pensão e custeamento de medicamentos, curativos e outras despesas a portadores de epidermólise bolhosa.

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