Cortes de financiamento dos EUA podem deixar oito países sem estoques para tratamento contra o HIV, alerta OMS

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta segunda-feira (17/3) que oito países podem ficar sem estoques para tratamentos contra o HIV nos próximos meses, após os cortes de financiamento dos EUA. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, avalia que as interrupções nos programas de HIV podem desfazer 20 anos de progresso. O presidente Donald Trump anunciou a saída dos EUA da OMS em janeiro, cortando o financiamento que era essencial para programas de saúde fora do país. Isso impacta diretamente no combate ao HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis.

Os esforços para combater o HIV, a poliomielite, a malária e a tuberculose já estão sendo afetados pela pausa na ajuda externa dos EUA. Ghebreyesus ainda avalia que o corte do investimento nos programas contra HIV pode resultar em mais de 10 milhões de casos adicionais e três milhões de mortes relacionadas ao HIV. Países como Haiti, Quênia, Lesoto, Sudão do Sul, Burkina Faso, Mali, Nigéria e Ucrânia devem ser os primeiros afetados, com estoques de medicamentos se esgotando em breve.

De acordo com a OMS, o fim do financiamento dos EUA pode levar ao fechamento de 80% dos serviços essenciais de saúde apoiados pela agência no Afeganistão. Pelo menos 167 unidades de saúde em todo o mundo tiveram suas operações encerradas até 4 de março devido à escassez de financiamento. O diretor-geral da OMS considera que os Estados Unidos têm a responsabilidade de garantir uma transição ordenada e humana ao retirar o financiamento direto para os países afetados.

Com a falta de recursos, a imunidade das pessoas com HIV pode ficar mais baixa, levando ao surgimento de doenças oportunistas que se aproveitam da fraqueza do organismo. Os medicamentos antirretrovirais (ARV) são essenciais para controlar a multiplicação do HIV no organismo e evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. O uso regular dos ARV ajuda a aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas com HIV, reduzindo as internações e infecções por doenças oportunistas.

O tratamento contra o HIV requer uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado de saúde e possíveis efeitos colaterais. Em 2021, um novo medicamento que combina duas substâncias em um único comprimido foi aprovado pela Anvisa para o tratamento do HIV. A falta de financiamento dos EUA também impacta pesquisas e avanços em vacinas e tratamentos para o HIV, colocando em risco a saúde de milhões de pessoas em todo o mundo que dependem desses programas para viver com dignidade.

É essencial que, mesmo com avanços em tratamentos e prevenção, a conscientização sobre o HIV e a importância da proteção e prevenção ainda sejam prioridades. Ainda há muito a ser feito para combater essa epidemia global e garantir que todos tenham acesso a tratamentos e cuidados adequados. O momento é de união e solidariedade para manter os avanços conquistados e continuar a luta contra o HIV e a aids. Acompanhe mais notícias sobre Saúde e Ciência para se manter informado sobre esse e outros temas relevantes.

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