Cortes na ajuda humanitária dos EUA causam tragédia com vítimas de cólera no Sudão do Sul

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Pacientes com cólera no Sudão do Sul foram vítimas de uma tragédia após os cortes na ajuda humanitária dos EUA. Segundo a organização beneficente britânica Save the Children, oito pessoas, incluindo cinco crianças, perderam suas vidas durante uma caminhada de três horas em busca de tratamento médico. O fechamento de serviços de saúde locais devido aos cortes na assistência americana foi crucial para essa situação lamentável que ocorreu no último mês.

Essas mortes foram algumas das primeiras diretamente ligadas aos cortes implementados por Donald Trump após assumir a presidência em janeiro de 20. O congelamento da ajuda foi justificado pelo governo dos EUA com o intuito de alinhar os subsídios com a política de “América Primeiro” do presidente. No entanto, as consequências dessas medidas foram devastadoras, como fica claro no trágico episódio no Sudão do Sul.

Diversas organizações, incluindo a ONU, alertaram para os riscos decorrentes dos cortes na assistência humanitária. Além das vítimas da cólera, estima-se que até 2 mil novas infecções por HIV possam ocorrer diariamente devido aos impactos dessas medidas. A Unicef também foi afetada, tendo que reduzir programas no Líbano por conta dos cortes na ajuda dos EUA.

Especialistas destacam que os cortes, incluindo o cancelamento de mais de 90% dos contratos da USAID, podem resultar em milhões de mortes nos próximos anos devido à desnutrição, AIDS, tuberculose, malária e outras doenças. O Departamento de Estado dos EUA ainda não se pronunciou sobre essas questões, deixando um cenário de incertezas sobre o futuro da assistência humanitária.

Os impactos imediatos no Sudão do Sul foram severos, com o fechamento de unidades de saúde e interrupção de serviços essenciais de transporte. A Save the Children, que apoiava 27 unidades de saúde na região, viu sete delas fecharem completamente e outras 20 parcialmente devido aos cortes na ajuda americana. A situação forçou as oito vítimas da cólera a percorrerem grandes distâncias sob condições extremas em busca de tratamento.

Além dos cortes dos EUA, a redução gradual de outros doadores também prejudicou a resposta humanitária no Sudão do Sul. Com um cenário instável e milhões de deslocados devido a conflitos e desastres naturais, o país corre o risco de mergulhar em uma nova guerra civil. Um surto de cólera, declarado recentemente, agravou ainda mais a situação, levando a centenas de mortes e mais de 22 mil casos registrados até o último mês.

A falta de assistência humanitária adequada devido aos cortes na ajuda internacional coloca em risco não apenas a vida dessas oito vítimas da cólera no Sudão do Sul, mas de milhões de pessoas em situações vulneráveis em todo o mundo. É essencial que medidas sejam tomadas para reverter esses cortes e garantir que a assistência necessária chegue a quem mais precisa, evitando tragédias como essa no futuro.

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