O afastamento do trabalho por covid foi a principal justificativa médica apresentada aos patrões, seguida de problemas de saúde mental em 2021. As principais categorias que apresentaram alterações na saúde foram aquelas que mantiveram as atividades presencialmente. Estresse e depressão foram os diagnósticos mais frequentes.
A startup Healthtech analisou 36 mil atestados médicos, sendo 11,5 mil por covid, e verificou que mais de 65% foram concedidos a profissionais da área da saúde. Em segundo lugar, aparecem trabalhadores da educação (22%) e em seguida os da segurança pública (7%). A preocupação das autoridades é que os casos aumentem devido ao aparecimento da variante BQ.1 do coronavírus e baixa adesão à vacina e ao reforço do esquema de imunização.
“As vacinas diminuem a gravidade da doença porque os anticorpos evitam a entrada de grande quantidade de vírus no organismo porque coíbe uma replicação intensa, consequentemente diminuindo a carga viral e complicações. Os anticorpos gerados pela vacina bloqueiam em parte a ação do vírus. Não evitam totalmente a ação virtual, mas diminuem a replicação do vírus”, explica o infectologista Marcelo Daher.
A cobertura vacinal contra covid pode ajudar a evitar casos graves, segundo o especialista. No público adulto e idoso o aumento de registros da doença fez a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) emitir um alerta pedindo à população que se imunize. Conforme o painel de covid na internet, o número de novos casos foi de 4.572 até às 15h desta segunda-feira, 19. Desde o início da pandemia foram 27.688 óbitos de goianos causados pela covid.
Terceira onda
Entre dezembro e janeiro deve ocorrer alta nos casos de covid com possível terceira onda da doença no Brasil. Daher explica que o cenário é possível com aumento na velocidade de transmissão, persistência de infecções e dominância no cenário epidemiológico para “ganhar força” e ter uma evolução de casos. Os mais afetados devem ser pessoas não vacinadas e crianças. De acordo com a pasta, somente 15,2% das crianças goianas entre três e quatro anos receberam a primeira dose da vacina, enquanto 5,1% foram imunizadas pela segunda dose.
Marcelo não acredita que a versão atual da doença seja mais grave. Segundo o médico, os relatos de ocorrência na França, com perfil de vacinação semelhante ao braisleiro, indicam mais pessoas doentes, mas sem necessidade de muitas intervenções médicas. Nos Estados Unidos, a BQ.1 já é dominante. “Apesar disso, sempre haverá casos graves por causa dos idosos, que podem exigir internação e chegarem a óbito, mas não com a intensidade da gama e da delta“, salienta Daher.