CPI da Covid: Nise Yamaguchi nega existência de gabinete paralelo

A CPI da Covid ouviu nesta terça-feira (1º) a médica Nise Yamaguchi, que foi questionada sobre a existência de um gabinete paralelo onde um suposto grupo aconselhava o presidente Jair Bolsonaro de ações que pudessem lidar com a pandemia. Nise é apontada como uma das integrantes mas negou a participação e existência. “Desconheço gabinete paralelo e muito menos que eu o integre”, disse a médica.

“Sou uma colaboradora eventual e que participo, junto com ministros da Saúde, participo como médica, cientista, chamada para opinar em comissões técnicas em reuniões governamentais, reuniões específicas”, continuou Nise.

Nise foi questionada pelo senador Omar Aziz sobre quantas reunião teria tido com Bolsonaro. Segundo a médica, teriam sido ”quatro a cinco vezes” mas que, em nenhuma delas, esteve sozinha om o presidente. Uma das reuniões teria tido a participação do grupo interministerial que discutiu a pandemia.

“E tivemos uma primeira reunião em relação a essa questão em que eu deixava claro que vinha contribuir como voluntária. Um comitê de crise institucional”, afirmou.

Cloroquina

A médica também negou a CPI que tenha feito qualquer interferência ou apresentação da minuta de decreto que propunha a mudança da bula da cloroquina para que o remédio fosse indicado como tratamento da Covid. A acusação teria partido do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barros, que afirmou que a ação teria partido da médica.

Nise respondeu que a minuta em questão era apenas para a disponibilização do medicamento para a população. Além disso, afirmou que a reunião em questão não era caracterizada como ”paralela” e, sim, ”oficial”.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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