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CPI já tem provas de crime sanitário contra Bolsonaro

Membros da CPI da Covid confirmaram que já existem elementos suficientes para entender a tentativa de Bolsonaro de boicotar a aquisição de vacinas, pois acreditava na imunização natural, ou imunidade de rebanho.

Senadores disseram que os depoimentos prestados até o momento na CPI confirmaram que o presidente e seus aliados sabiam do impacto da pandemia sobre a população e deveriam ter agido para minimizar seus efeitos, o que configura crime sanitário, ou seja, contra a saúde pública.

Em depoimento nesta quinta-feira (13), o gerente-geral da Pfizer na América Larina, Carlos Murilo, disse que a empresa fez ao menos quatro ofertas de doses de vacinas contra a Covid-19 em 2020, mas o governo não deu resposta à farmacêutica e, por consequência, deixou 70 milhões de doses travadas. O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, apresentou na comissão uma carta que teria entregue a Bolsonaro, em março do ano passado, mostrando estimativas de que o Brasil poderia chegar a 180 mil mortes até o final do ano, caso medidas de isolamento social não fossem aplicadas.

Parlamentares também citam a pressão do governo pelo uso da cloroquina, medicamento sem comprovação científica para o tratamento da Covid-19. Mandetta confirmou que a presidência elaborou um decreto que mudava a bula do remédio. No relatório final, a Comissão Parlamentar de Inquérito pode pedir ao Ministério Público Federal (MPF) o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro.