CPI pede quebra de sigilo bancário da Jovem Pan e sites bolsonaristas

Ao retomar os trabalhos presenciais, nesta terça-feira (3), após duas semanas de recesso parlamentar, a CPI da Covid no Senado deve votar em pedidos de quebra de sigilo bancário de veículos, sites, produtoras e influenciadores que apoiam o presidente Jair Bolsonaro. Eles são investigados por disseminarem fake news sobre assuntos envolvendo à pandemia. Os requerimentos foram apresentados na última sexta-feira (30).

São figurados oito documentos, como a Rádio Jovem Pan, a produtora Brasil Paralelo e Allan Santos, bolsonarista responsável pelo site Terça Livre, que já é investigado por fake news no Supremo. A quebra de sigilo está sendo articulada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). Ele é responsável por pedir a investida contra a Jovem Pan, assinada em conjunto ao senador Humberto Costa (PT-PE).

Outros nomes citados pelos senadores são Raul Nascimento dos Santos, do site Conexão Política, Tarsis de Souza Gomes, do site Renova Mídia, e José Pinheiro Tolentino, do site Jornal da Cidade Online. O ministro da comunicação Fábio Faria, saiu em defesa a Jovem Pan, dizendo que a CPI erra ao mirar o veículos de impressa como a rádio, que segundo ele presta um papel essencial para o país.

Segundo o jornal Correio Braziliense, as quebras de sigilo bancário que serão votadas na terça (2) já são consenso entre os senadores independentes e da oposição. Com esses requerimentos, a CPI tem pelo menos 476 pedido pendentes para serem analisados, eles eles convocações, quebras de sigilo e audiências públicas.

A disseminação da fake news referentes ao tratamento precoce é uma das novas frentes de investigação da CPI. Durante as duas semanas de recesso, os senadores criaram sete núcleos de investigação que ajudam a otimizar o trabalho. Irregularidades na compra de vacinas e o lucro das farmacêuticas que comercializaram medicamentos que fazem parte do ”Kit Covid” continuam na mira da comissão.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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