CPI vai investigar faculdades e cursos sem autorização do MEC

Possíveis irregularidades e fraudes na emissão de diplomas e certificados sem autorização do Ministério da Educação (MEC), serão investigadas por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Goiás. A suspeita é que faculdades particulares de Goiás estejam oferendo cursos superiores sem obedecer regras e exigências do MEC. A criação da CPI foi proposta pelo deputado Talles Barreto (PSDB), após registro de denúncias no Conselho Estadual de Educação (CEE) e do e do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Educação Superior do Estado de Goiás (SEMESG).

De acordo com a legislação, instituições de ensino superior que operam sem autorização do Ministério da Educação praticam crimes de propaganda enganosa, sonegação fiscal, falsidade ideológica, estelionato, falsificação de documento público e associação criminosa. “São instituições que não tem autorização de graduação para atuar e compram diploma no mercado para seus alunos. Com trabalhos de conclusão e estágios, essas faculdades transformam cursos livres em cursos de graduação”, explica o parlamentar.

Outra irregularidade, apontada no requerimento do parlamentar, é que os diplomas emitidos por algumas instituições precisam ser chancelados por alguma universidade e as universidades de Goiás não se prestam a esse papel. “Então, ao que tudo indica, essas faculdades pagam a chancela a Universidades de outros Estados”, completa o parlamentar.

A CPI deve investigar ainda o funcionamento de cursos superiores de psicologia, educação física e biologia, que não oferecem laboratórios de aulas práticas. “Identificamos cinco faculdades com essas irregularidades. Elas estão instaladas em Goiânia, Alto Horizonte e Jussara”, informa Talles.

A criação da comissão terá prazo de funcionamento de 120 dias, que pode ser prorrogado e deve iniciar seus trabalhos no início de abril. Além de Talles Barreto (PSDB), os deputados: Jean Carlo (PHS), Simeyzon Silveira (PSC), Lincoln Tejota (PSD), Lucas Calil (PSL) e os prováveis suplentes Karlos Cabral (PDT), Humberto Aidar (PT) e Lívio Luciano (MDB), vão integrar a Comissão.

Patrícia Santana

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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