A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) inicia nesta segunda-feira (25), uma operação assistida da Linha 11 – Coral, que atende o Alto Tietê, até a Estação Palmeiras-Barra Funda, na zona Oeste da capital paulista. O teste acontece todos os dias da semana, em horários de pico: das 8h às 15h30 e das 20h à 0h. Até então, a medida era realizadas apenas aos domingos.
No dia 28 de agosto será a vez das linhas 7 (Rubi) e 10 (Turquesa) passarem a ter a estação como terminal. De acordo com a CPTM, as medidas visam melhorar a fluidez da operação, a fim de garantir conforto e segurança aos passageiros.
Atualmente, a Linha 11 – Coral opera da estação Estudantes até a Luz, passando por quatro cidades da região: Mogi das Cruzes, Suzano, Poá e Ferraz de Vasconcelos. O passageiro que vai até a Zona Oeste de São Paulo vê a mudança com bons olhos. Entretanto, quem precisa descer ao longo do trajeto não pensa da mesma maneira.
É o caso da analista de custos, Larissa Menezes, de 32 anos. Para ela, a mudança pode gerar mais dor de cabeça devido a superlotação na Luz. “As pessoas entrarão em um trem que vai vir lotado e a maioria não irá desembarcar no destino final da linha”, opina. Segundo ela, seria necessária uma redução no intervalo entre as composições com destino a Mogi das Cruzes. “O rodízio de trens que vão até Guaianazes e Estudantes gera conflito nas plataformas. Deveria ser um intervalo de três minutos”.
A biomédica Amanda Lopes, de 26 anos, tem a mesma preocupação. “Por mais que possa desafogar um pouco, o empurra-empurra que fica é bem perigoso. Acredito que pros fins de semana, principalmente a noite para voltar pode ser benéfico, mas não acho que compensa o caos que pode ter durante a semana”, afirmou.
O advogado Edson Lorca, de 35 anos, vai à Capital, em média, uma vez por semana. Atualmente, ele precisa fazer a baldeação na estação Luz para pegar outro trem e ir até a Barra Funda. “Vai diminuir o tempo de viagem e facilitar o deslocamento. Para nós (moradores do Alto Tietê) será uma boa mudança”, disse. Por outro lado, o movimento de passageiros passará a ficar maior na estação da zona oeste. “É como um cobertor curto: tira daqui, mas vai faltar lá. Pode ser que reduza a concentração de usuários na Luz, mas vai aumentar o movimento de usuários na Barra Funda”, finalizou.
Em maio, o contrato de concessão patrocinada do Lote Alto Tietê, que também inclui a Linha 12-Safira, foi assinado oficialmente. As duas linhas atendem diretamente a população do Alto Tietê. No caso da Linha 11, a concessão inclui a extensão até o distrito de César de Sousa, em Mogi das Cruzes, com a criação de uma nova estação e 4 quilômetros adicionais de trilhos. A linha também terá redução nos intervalos: o tempo entre os trens passará para 3 minutos entre Palmeiras-Barra Funda e Suzano, e para 6 minutos entre Suzano e César de Sousa.
A Linha 12 também será ampliada. Hoje com ponto final em Calmon Viana, em Poá, o trajeto será estendido até Suzano, com 2,7 quilômetros de novos trilhos. A meta é diminuir o tempo de espera para os passageiros: entre Brás e Itaquaquecetuba, o intervalo cairá para 3 minutos e 15 segundos. Entre Itaquaquecetuba e Suzano, a previsão é de 6 minutos e meio entre os trens. As alterações fazem parte de um pacote maior de intervenções nas três linhas incluídas na concessão, que ainda abrange a Linha 13–Jade e o serviço Expresso Aeroporto.
O contrato prevê a construção de 10 novas estações, reforma em outras 24 e a reconstrução completa de mais quatro. De acordo com o governo estadual, a meta é atender até 1,3 milhão de passageiros por dia até 2040. O investimento deve girar em torno dos R$ 14,3 bilhões ao longo do contrato.