As cracolândias que avançam e geram insegurança na Zona Norte do Rio de Janeiro são um problema grave que afeta não apenas os usuários de drogas, mas toda a população que vive ou transita por essas áreas. Mesmo com o reforço no patrulhamento ostensivo por parte da polícia, muitos moradores afirmam que as ações não têm um impacto efetivo nas áreas mais críticas, como a Avenida Bartolomeu de Gusmão, na entrada da estação Maracanã do metrô.
O cenário nas ruas desses bairros, como Maracanã, Mangueira e Benfica, é desolador. Homens descalços caminham pelas pistas, barracas improvisadas vendem drogas e a violência paira no ar. As calçadas são ocupadas por barracas feitas de tapumes, dificultando o trânsito e colocando em risco a segurança de pedestres e motoristas.
Os relatos de motoristas que transitam pela região são angustiantes, com tentativas de abordagem agressivas e situações de perigo constantes. O medo é um companheiro diário de quem precisa lidar com a presença das cracolândias e a sensação de insegurança que elas trazem.
A falta de controle sobre a situação é evidente, mesmo com a presença de agentes da prefeitura em pontos estratégicos. Comerciantes relatam prejuízos e muitas pessoas evitam circular pelos bairros afetados. O secretário municipal de Saúde critica a falta de ação eficaz no combate ao tráfico de crack, ressaltando o impacto devastador da droga sobre a população vulnerável.
A venda do crack a preços acessíveis alimenta um ciclo de violência e criminalidade, com usuários recorrendo a furtos e roubos para sustentar o vício. Moradores e trabalhadores enfrentam um ambiente hostil e perigoso, onde a convivência com os usuários de drogas se torna cada vez mais insustentável.
A Polícia Civil e a Polícia Militar afirmam atuar de forma integrada para reprimir atividades criminosas relacionadas às cracolândias. Rondas constantes e presença estratégica de equipes buscam coibir crimes e garantir a segurança da população. A Prefeitura lançou o programa Seguir em Frente, para acolher e ressocializar pessoas em situação de rua, mas a dimensão do problema exige ações coordenadas de diversos setores da sociedade. É urgente combater o tráfico de drogas, prevenir o uso excessivo de substâncias ilícitas e oferecer alternativas de tratamento e reinserção social para aqueles que estão nas ruas.