O Crédito do Trabalhador, nova modalidade de empréstimo consignado para empregados do setor privado, tem a expectativa de movimentar até R$ 120 bilhões nos primeiros meses de operação, de acordo com informações do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Esse montante representa principalmente a renegociação de dívidas e a transferência de recursos do crédito privado atual e do Crédito Direto ao Consumidor (CDC). O governo prevê que cerca de R$ 40 bilhões virão da migração do crédito privado, enquanto entre R$ 60 bilhões e R$ 80 bilhões serão transferidos do CDC.
A migração para o Crédito do Trabalhador é impulsionada pelas condições mais vantajosas oferecidas em relação ao crédito privado atual e ao CDC, que possui taxas mais elevadas. Com a possibilidade de uso do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como garantia para os empréstimos, o programa pode ganhar maior adesão entre os trabalhadores. A expectativa é que o Conselho Curador do FGTS aprove a destinação de 10% do saldo do fundo de cada trabalhador, fortalecendo a segurança das transações.
No entanto, a implementação completa do programa ainda depende da aprovação do Conselho em uma reunião marcada para 15 de abril. Os primeiros dados sobre a adesão ao Crédito do Trabalhador mostram que houve mais de 22 mil contratos realizados nos primeiros dias de operação, além de 52,5 milhões de simulações na plataforma digital disponibilizada. O ministro em exercício, Francisco Macena, ressalta a importância da cautela na contratação, aconselhando os trabalhadores a aguardarem propostas com melhores condições antes de fecharem negócio.
Com a limitação da prestação mensal do empréstimo a 35% do salário do trabalhador e a possibilidade de utilizar o FGTS como garantia, as regras foram estabelecidas visando a proteção e a segurança financeira de quem contrata o crédito. A devolução do valor total do empréstimo pode ser feita em até sete dias corridos após o recebimento do crédito, oferecendo uma margem de segurança adicional aos trabalhadores. A disponibilidade do Crédito do Trabalhador na Carteira de Trabalho Digital e a previsão de abertura para todos os bancos a partir de 25 de abril ampliam o acesso a essa linha de crédito.
Lançado em março e disponibilizado para os trabalhadores em março, o Crédito do Trabalhador tem como objetivo atender 47 milhões de pessoas, incluindo trabalhadores domésticos, rurais e empregados de microempreendedores individuais (MEIs). Com a utilização do saldo do FGTS e da multa rescisória como garantias, essa nova modalidade de crédito busca auxiliar na gestão financeira dos trabalhadores, evitando o superendividamento. O programa, que visa beneficiar um amplo espectro de trabalhadores, representa uma alternativa segura e acessível para a obtenção de recursos financeiros necessários.
