Cresce divórcio entre casais acima dos 50 anos

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Tendência em alguns países, o divórcio está aumentando entre casais acima dos 50 anos. As estatísticas nacionais apontam para um crescimento (tímido) desse movimento. Em 2019, as separações nessa faixa etária eram 25,2% e subiram dois anos depois para 25,9%, de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os estudiosos têm chamado o fenômeno de “divórcio grisalho”.

 

A justificativa para a mudança de estado civil está embasada em pelo menos três motivos: aumento da expectativa de vida, independência feminina e popularização do divórcio. Na prática, as razões são bastante pessoais. A perspectiva de liberdade para aproveitar a vida é uma das apontadas por uma tiktoker de 76 anos que faz sucesso na rede social compartilhando a rotina de solteira após 40 anos de casada.  

 

Ela tem três filhas, seis netos e se divorciou há nove anos. Nos vídeos, Aída Sedano mostra um pouco sobre como manter a autoestima, como se diverte, responde perguntas dos mais de 120 mil seguidores e dá conselhos, sendo parte deles é sobre a vida dois. “Quando o relacionamento não estiver funcionando mais, deixe o vento soprar e levar os restos do seu caminho. E viva. E comece a viver”, afirmou em entrevista à BBC News Mundo. 

 

Especialistas em psicologia apontam a alteração na rotina dos casais como um dos gatilhos para a reavaliação dos projetos individuais que, muitas vezes, não têm afinidade com o casamento. A opção por seguir uma nova rota já foi adotada por 25% dos norte-americanos com mais de 50 anos, conforme um estudo da pesquisadora da Universidade de Bowling Green, nos Estados Unidos, Susan Brown. O percentual dobrou em 20 anos (período entre 1990 e 2010).

 

“Eu conversava com minhas tias e dizia que não gostava daquele relacionamento, que ele não vinha para casa, que bebia, que gastava muito. E todo mundo me dizia: Você tem uma casa boa, você tem bons móveis, você se veste bem. Não falta nada. Quando voltei para a universidade [para estudar pedagogia, aos 45 anos] foi que comecei a aprender que nós, mulheres, tínhamos direitos, que o mundo havia mudado”, confidenciou, lembrando que o processo do divórcio foi doloroso, apesar de tudo.

 

Assim como na pandemia, quando muitos casais mais jovens tiveram de lidar com problemas conjugais mais de perto durante o isolamento social, os homens e mulheres mais velhos são obrigados a lidar com a transição da vida. Sem filhos, sem as obrigações diárias de trabalho e compromissos inadiáveis, marido e mulher são obrigados a olharem para si mesmos e considerarem se querem permanecer caminhando juntos até o fim da vida. A média de idade das brasileiras ao decidir pelo fim do matrimônio em 2021 era de 40,6 e a dos homens, 43,6, de acordo com o IBGE. 

 

Alta

 

Os pedidos de inventários e de divórcios nos cartórios goianos tiveram alta de 48% entre 2021 e 2022. O aumento exponencial em pouco tempo nas estatísticas está associado a alterações judiciais que desburocratizaram o processo, de acordo com o Colégio Notarial do Brasil  em Goiás (CNB-GO). Decisões do Judiciário passaram a autorizar a prática de atos pelos cartórios. A desjudicialização faz parte da adoção de novas tecnologias para garantir agilidade nos processos e automação de procedimentos notariais.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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