Cresce número de crianças com redes sociais, mas apenas 47% é monitorada

Cresce número de crianças com redes sociais, mas apenas 47% é monitorada

Uma pesquisa revelou que 86% das crianças brasileiras possuem um perfil nas redes sociais. A preferência do aplicativo varia conforme a faixa etária, mas somente 47% do público infantil é monitorado pelos pais. O acompanhamento da família é maior, conforme o grau de escolaridade. A internet recebe acesso de 96% dos menores de idade no País, segundo a TIC Kids Online Brasil – alta de 3% entre 2021 e 2022.

 

A pandemia ajudou a impulsionar a entrada desse grupo, principalmente devido ao ensino remoto durante o isolamento social. Atualmente, 66% das crianças entrevistadas com idades de  9 e 10 anos afirmaram ter perfil em rede social. O número alto assusta especialistas e obriga as big techs a refinarem os mecanismos de segurança, já que não é permitida a presença virtual de menores de 13 anos nas plataformas. 

 

De acordo com as informações mais recentes do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), os mais jovens preferem usar o TikTok, enquanto os mais velhos optam pelo Instagram. Os dados foram obtidos de 2.604  pessoas de 9 a 17 anos e um responsável por cada um desses entrevistados. No caso das crianças mais novas, o acompanhamento da família é maior e recebem mais orientações sobre não enviar fotos ou vídeos pessoais nem fazer compras online.

 

O uso da internet pelos pequenos inclui pesquisa para trabalhos escolares, ouvir música on-line e assistir a vídeos, programas, filmes ou séries on-line. A TIC Kids Online Brasil verificou que menos da metade (40%) fez novos amigos, 20% reconheceu ter adicionado pessoas que não conheciam pessoalmente, 6% admitiram enviar uma foto ou vídeo para desconhecido e 3% afirmaram ter fingido ser outra pessoa.

 

Há pouco mais de um mês, a preocupação com o acesso de crianças e adolescentes à internet se tornou mais evidente devido a uma série de casos de ataques em escolas e em creches em diversos estados brasileiros. O ministro Flávio Dino vem defendendo a regulação das redes sociais como uma das estratégias para reduzir as ocorrências de violência nas escolas. “Sem isso, teremos grupos neonazistas atacando escolas; criminosos cooptando crianças e adolescentes e ameaçando as famílias brasileiras”, diz.

 

Um projeto em tramitação no Congresso Nacional pode originar a chamada Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. O texto depende de aval dos deputados federais. Eles deveriam ter votado na última terça-feira, 02, mas a apreciação foi adiada.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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