Cresce número de pedidos de asilo de venezuelanos na UE

Os pedidos de asilo na União Europeia (UE) caíram pela metade e a origem dos requerentes variou. Sírios, afegãos e iraquianos registraram menos pedidos, enquanto venezuelanos e guineenses solicitaram mais. É o que mostram números do escritório estatístico da União Europeia, a Eurostat.

Entre migrantes de 145 países que pediram asilo na UE, três se destacaram pelo aumento nas solicitações: Venezuela, Bangladesh e Guiné. Os venezuelanos apresentaram, apenas no segundo trimestre deste ano, 2.695 pedidos, ou seja, 164% a mais do que no mesmo período do ano passado. Entre os cidadãos de Bangladesh foram feitos 5.530 pedidos (88% a mais) e os da Guiné, 4.560 pedidos (65% a mais do que no período homólogo de 2016).

De julho de 2016 a junho deste ano, foram registrados 8.815 pedidos de asilos de cidadãos da Venezuela nos estados-membros da UE. No Brasil, o número de pedidos de refúgio de venezuelanos mais que quadruplicou nos últimos dois anos.

O asilo é uma forma de proteção internacional dada por um estado em seu território. É concedido a pessoas que não podem procurar proteção em seu país de cidadania e/ou residência, em particular por medo de serem perseguidas por motivos de raça, religião, nacionalidade,ou por pertencer a determinado grupo social ou opinião política.

A quantidade de solicitações na UE, entre aqueles que fizeram o pedido pela primeira vez, diminuiu 54% no segundo trimestre de 2017, em relação ao período homólogo do ano passado. Os sírios foram os que mais contribuíram para a diminuição global dos números, apresentando 76 mil candidaturas a menos. No entanto, seguem sendo os cidadãos com maiores números absolutos de requerimentos, com mais de 21 mil apenas entre abril e junho.

No total, 161 mil pessoas de fora da UE solicitaram asilo nesses 3 meses, sendo que 149 mil (92%) o fizeram por primeira vez. O valor é menos da metade dos 324 mil pedidos feitos no mesmo período do ano passado.

Em números absolutos, os cidadãos que mais pediram asilo pela primeira vez foram os sírios (21.100 requerimentos), os nigerianos (9.800) e os afegãos (9.700). Em números relativos, afegãos e sírios tiveram 80% menos candidaturas e iraquianos 75% menos.

Dos 21 mil sírios que se candidataram, cerca de 50% foram registados na Alemanha (9.700) e 10% na Grécia (2.300) e na Áustria (2.100). Entre os nigerianos, 70% (6.700) solicitaram asilo na Itália, e entre os afegãos, 36% (3.500) o fizeram na Alemanha.

O maior número de pedidos foi registrado na Alemanha (com mais de 42 mil candidatos pela primeira vez, ou 28% de todos os candidatos nos estados-membros da UE), seguido da Itália (34.200 ou 23%), França (21.200, ou 14%), Grécia (10.600 ou 7%) e Reino Unido (7.700, ou 5%). Estes 5 estados-membros representaram cerca de 80% de todos os candidatos.

A Alemanha, que em 2016 teve o maior número de solicitações de asilo, no segundo trimestre deste ano registrou a maior diminuição em números absolutos, com 162 mil candidatos a menos. Em contraste, na Itália, o número de requerentes de asilo aumentou mais de 7.500; na França, 3.200; e na Espanha, 3 mil.

Em termos relativos, a Romênia foi o país que registrou o maior aumento dos primeiros requerentes de asilo (6 vezes mais) no segundo trimestre de 2017 em comparação com o mesmo trimestre de 2016.

Fonte: Agência Brasil

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Avião da Embraer pode ter sido abatido por sistema de defesa russo, indicam fontes

O acidente com o avião da Azerbaijan Airlines que deixou 38 mortos na última quarta-feira pode ter sido causado por um sistema de defesa aérea russo, segundo informações obtidas pela agência Reuters. A suspeita foi inicialmente levantada por Andriy Kovalenko, membro da segurança nacional ucraniana, que mencionou imagens mostrando coletes salva-vidas perfurados. Especialistas em aviação e militares corroboraram a análise, e até mesmo a mídia russa considerou a possibilidade de a aeronave ter sido confundida com um drone ucraniano.

Enquanto isso, as autoridades russas e do Cazaquistão pedem cautela. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, declarou que especulações sobre as causas são prematuras, e o presidente do Senado do Cazaquistão, Mäulen Äşimbaev, reforçou que a investigação está em andamento, garantindo transparência nos resultados.

O avião, que partiu de Baku, capital do Azerbaijão, com destino a Grozny, na Rússia, desviou significativamente de sua rota antes de cair no Cazaquistão. A companhia aérea inicialmente sugeriu que o acidente poderia ter sido causado por colisão com aves, mas especialistas descartaram essa hipótese. Serik Mukhtybayev, especialista cazaque, e o brasileiro Lito Sousa destacaram que os danos nos destroços apontam para uma causa externa, possivelmente relacionada a um ataque.

Relatos e análises reforçam a teoria de que o avião foi atingido por um míssil. Um piloto militar francês, sob anonimato, afirmou que os danos na cauda são consistentes com explosões de estilhaços. O blogueiro russo Yuri Podolyaka também mencionou sinais típicos de sistemas antiaéreos.

Dados do site Flightradar24 mostram que o avião enfrentou interferências de GPS antes do acidente, algo já atribuído à Rússia em ocasiões anteriores. A Chechênia, destino final do voo, havia sido alvo de ataques com drones no mesmo período, segundo informações locais.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, evitou especular, atribuindo o desvio de rota ao mau tempo. A caixa-preta do avião foi recuperada e será analisada para determinar a causa do acidente. Das 67 pessoas a bordo, 29 sobreviveram, sendo que 11 permanecem em estado grave.

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