Criador versus criatura: Agenor Rezende vai enfrentar o sobrinho, Aleomar, em Mineiros

Ex-governador e ex-prefeito de Mineiros, Agenor Rezende tentará a prefeitura daquela cidade pela quarta vez.

Agora é oficial: ex-governador, ex-presidente do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e ex-prefeito de Mineiros por dois mandatos, Agenor Rezende vai mesmo disputar a prefeitura daquela cidade localizada na região Sudoeste do estado pela quarta vez. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 9/5, durante evento político que contou com a presença do senador Vanderlan Cardoso, presidente regional do PSD, partido ao qual ele se filiou após deixar o MDB em abril último.

Lançando mão de uma metáfora, trata-se de um confronto entre criador e criatura. Agenor enfrentará o seu sobrinho, o atual prefeito Aleomar Rezende (MDB), que tentará a reeleição, e que foi seu auxiliar direto em suas duas gestões à frente do Executivo local.

Desde que Aleomar foi eleito, em outubro de 2020, a relação entre tio e sobrinho foi marcada por altos e baixos, até que em 2022 o rompimento se concretizou. Fontes ligadas a ambos atribuem a tensão à possíveis tentativas de interferências de Agenor na gestão do sucessor.

Fato é que o ex-prefeito, que já tem encampado forte discurso de oposição a Aleomar, não terá tarefa fácil pela frente, embora no ato desta quinta tenha conseguido reunir um bom grupo de aliados: além de Vanderlan, o deputado federal Daniel Agrobom (PL) e os deputados estaduais Cairo Salim (PSD) e Rosângela Rezende (Agir), sua filha. Pré-candidatos a vereadores também o prestigiaram.

Agenor ainda pode agregar o PL ao seu projeto para tentar fortalecer na região o senador Wilder Morais, que preside o Partido Liberal em Goiás e deve disputar o Palácio das Esmeraldas em 2026.

Aleomar, por sua vez, vem para a batalha escoltado pelo apoio do governador Ronaldo Caiado (UB) e do vice-governador Daniel Vilela (MDB). Ele também tem um pacotão de obras, inclusive com investimentos do governo estadual, para apresentar aos eleitores. E chega embalado pelo alto índice de aprovação popular – as últimas pesquisas apontam que mais de 70% dos moradores aprovam sua administração.

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Presidente da Câmara, Romário Policarpo tenta valorizar passe do PRD junto a Sandro Mabel

Presidente da Câmara, Romário Policarpo tenta valorizar passe do PRD junto a Sandro Mabel

Presidente da Câmara, Romário Policarpo tenta valorizar passe do PRD junto a Sandro Mabel (Reprodução)

Pré-candidato a prefeito de Goiânia, o empresário Sandro Mabel (UB) parece ter entendido o “recado” passado, neste final de semana, pelo presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), e compareceu à sede do Legislativo nesta terça-feira, 9. Romário “cogitou” levar seu PRD para a pré-campanha à reeleição do prefeito Rogério Cruz (SD); e entre os argumentos, o de que tem indicações no primeiro escalão do Paço Municipal.

O PRD, assim como PSB, Agir, PMB e Avante, integra (ou integrava) um bloco articulado pelo presidente da Assembleia, Bruno Peixoto (UB), para fortalecer sua pré-candidatura a prefeito. Na sequência, o mesmo bloco acertou com Sandro Mabel que indicaria o pré-candidato a vice-prefeito dele.

Mas fato é que Avante e Agir já protagonizaram eventos recentes em que declararam apoio a Sandro, ao passo que o PSB é dado como certo na chapa da pré-candidata Adriana Accorsi (PT) via costuras feitas em âmbito nacional.

Vendo então que seu PRD correria o risco de ter seu passe desvalorizado, já que as demais legendas daquele bloco já seguiram seu rumo, houve então esta “ameaça” pública de compor com Rogério – segundo avaliações do QG de campanha de Mabel – que, diga-se de passagem, não exonerará, pelo menos não por agora, indicados de Romário Policarpo sob pena de ter mais problemas do que os que já tem.

Para demonstrar que está disposto a trabalhar pelo maior número de aliados possíveis em torno do seu projeto, Sandro foi hoje à Câmara, onde conversou com o presidente da Casa. Aliás, sua ida foi no mesmo dia em que CCJ deu sinal verde para votação do projeto de autoria do Executivo que permite a prefeitura vender 76 áreas públicas. Ele diz ser contra a matéria e afirma que os espaços podem ser usados para construção de CMEIs e unidades de saúde. A tramitação do projeto em plenário – incluindo aí se entrará em pauta antes ou somente depois do recesso dos vereadores – será um bom indicativo de quão produtiva foi a conversa entre Romário e Mabel.

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