Criança internada com pneumonia luta há três dias por vaga em hospital

A pequena Maria Jullia Gomes dos Santos, de 1 ano e 07 meses, aguarda a três dias por uma vaga na rede estadual de saúde para tratar uma pneumonia. Segundo a mãe da criança, Ketlin Lorrane dos Santos Reis, Maria deu entrada no Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais), em Goiânia, na última segunda-feira, 6, mas acabou sendo liberada por uma médica da unidade de saúde.

Devido a uma piora no quadro de saúde da filha, Ketlin voltou no Cais no dia seguinte, na terça-feira, 7, para que um novo profissional examinasse a criança. Maria, então, foi internada e desde então aguarda vaga em alguma unidade de saúde administrada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES).

“Ela está com a respiração bem cansada e os médicos mandam deixar ela no oxigênio. Já trocaram os remédios e nada da vaga. No quarto onde ela está tem outras quatro crianças esperando por vaga também”, explicou Ketlin, que trabalha como autônoma. 

Ela afirma que, ao cobrar os profissionais do Cais, eles afirmam que não o que fazer é que o problema é “o sistema do estado”. Ketlen explica ainda que algumas vagas surgiram para algumas crianças, mas que os encaminhamentos eram apenas para a cidade de Uruaçu, a mais de 300 km da capital.

“Eles falam que não podem fazer nada, que não tem nada para fazer. Tem pais que estão entrando na justiça para conseguir vagas para as crianças. Precisamos das vagas, a minha filha não está comendo direito e os médicos não estão nem aí” concluiu. 

O Diário do Estado (DE) procurou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para saber quando a vaga deve sair, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Nota da SES-GO

A paciente Maria Jullia Gomes dos Santos está inserida pela Central de Regulação de Urgências da SMS Goiânia para o Complexo Regulador Estadual (CRE/SES), para busca ampliada de vaga na rede estadual, além daquela que já está sendo feita na rede própria municipal de Goiânia, a qual possui leitos de UTI pediátricos no Hospital Infantil de Campinas, e também no Hospital da Criança e IGOPE.

A SES mantém a busca ativa de vagas, porém, desde a inserção do pedido em 08/03/2023, aguarda a inserção dos exames básicos da paciente, que devem ser lançados pela Central de Goiânia na ficha CRE da Maria Jullia (CRE nº 3222976).

A atualização diária do quadro clínico da paciente, bem como a inserção dos exames, são fundamentais para auxiliar o profissional médico regulador no direcionamento dos casos.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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