Crianças morrem durante bombardeio de Israel, em Gaza

Um bombardeio israelense na Faixa de Gaza mataram dez pessoas da mesma família, entre elas oito crianças, neste sábado (15). Um bebê de cinco meses foi o único sobrevivente do caso.

Além disso, um prédio de 12 andares na Faixa de Gaza que abriga escritórios da Associated Press (AP), dos Estados Unidos, e da emissora Al Jazeera, do Catar, desabou após ser atingido por mísseis israelenses, informação são da agência Reuters e France Presse.

De acordo com Jawad Mehdi, proprietário do edifício Jala, um oficial da inteligência israelense o avisou pouco antes do ataque que tinham uma hora para saírem do prédio. O proprietário teria pedido mais 10 minutos para que os repórteres pudesse embalar seus equipamentos, mas teve o pedido negado.

A rede de televisão Al Jazeera confirmou através do seu perfil oficial no Twitter que seus escritórios ficavam no prédio e transmitiram a queda ao vivo.

“Continuaremos nossa cobertura de notícias apesar da destruição (…) Voltaremos ao ar com novos equipamentos”, garantiu Safwat al-Kahlout, correspondente do canal em Gaza.

O objetivo do exército israelense seria para destruir equipamentos militares do Hamas que estavam presentes na torre. “O prédio também abrigava escritórios de veículos de comunicação civis, atrás dos quais o grupo terrorista Hamas se esconde e que usa como escudos humanos”, acrescentou o Exército, alegando ter alertado os civis antes do ataque e “ter lhes dado tempo suficiente”.

Pessoas da mesma família também morreram

Além do ataque, dez pessoas de uma família também morreram. O ataque teria atingido a casa da família Abu Hatab, no campo de refugiados de Al-Shati. No prédio de três andares estavam a mãe e quatro filhos – entre 5 e 15 anos – que morreram. Outros quatro primos – entre 8 e 14 – e sua mãe, que visitavam os parentes para o Eid al-Firt, que marca o fim do Ramadã, também morreram.

Os dois pais, estavam do lado de fora do prédio e sobreviveram assim como o bebê de cinco meses, que foi hospitalizado. A criança sobreviveu pois a mãe se colocou na frente para protegê-la. “Usavam roupas novas para o Eid al-Fitr”, disse um dos pais, Mohammad Al Hadidi.

Conflitos

Os conflitos vem acontecendo desde a última segunda-feira (10) e pelo menos 139 pessoas, incluindo 39 crianças, morreram em Gaza. Já Israel foi registrado 10 mortos, duas eram crianças. Em feridos são 1.000 palestinos e 560 israelenses.

A violência está acontecendo em Jerusalém Oriental, parte palestina na cidade ocupada. Os conflitos começaram após protestos de palestinos que foram proibidos de acessarem à Cidade Velha para comemorarem o ”Dia de Jerusalém” que comemora a ocupação do território de Israel pelos palestinos. O feriado coincidiu com o fim do Ramadã – mês de jejum muçulmano, onde fiéis se uniram na Esplanada das Mesquitas para a última grande oração. A Esplanada é o terceiro lugar mais sagrado do Irlá e chamado de Monte dos Templos pelos judeus, impedidos de participarem para a celebração.

 

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp