O crime chocante que aconteceu na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, no último dia 17, gerou grande repercussão. O empresário e PM reformado Marcos Antônio Cortinas Lopes, de 58 anos, foi vítima de uma emboscada enquanto utilizava sua BMW X6 blindada, avaliada em mais de R$ 700 mil. Para forçar a vítima a sair do veículo, os criminosos jogaram um carro contra a traseira do automóvel de luxo. Ao desembarcar para verificar o ocorrido, Marcos Antônio foi brutalmente atingido por cinco tiros de pistola calibre .40.
A principal linha de investigação da polícia aponta para uma execução premeditada. Os agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) descobriram que o veículo utilizado pelos criminosos, um Cobalt, estava com placa clonada. Após efetuar os disparos, os assassinos fugiram rapidamente na garupa de duas motocicletas que davam cobertura à ação criminosa. O local do crime, a movimentada Avenida das Américas, foi palco de um cenário de violência que chocou a população local.
Marcos Antônio Cortinas Lopes, além de empresário, era um ex-PM que já havia enfrentado problemas com a justiça. Em 2020, foi preso por crime de receptação de equipamentos desviados de setores de telefonia relacionados à empresa de telecomunicações da qual era sócio. Condenado a três anos e sete meses de prisão, Lopes obteve liberdade condicional em 2024, passando a cumprir o regime aberto em prisão albergue domiciliar. Essa trajetória conturbada pode ter ligações com o trágico desfecho de sua vida.
Cobalt usado no crime ao lado de uma viatura na DHC — Foto: Marcos Nunes/Agência O Globo
A investigação do caso continua em andamento, com a polícia buscando pistas para identificar e capturar os responsáveis pela morte de Marcos Antônio. A defesa da família do militar reformado negou veementemente qualquer associação dele com grupos milicianos, reforçando a imagem de um profissional honrado e comprometido com o serviço público.
A carreira de Marcos Antônio na corporação policial também foi marcada por momentos de reconhecimento e homenagens. Em 2002, quando ainda era soldado no 14º BPM, foi aplaudido na Alerj por sua participação em uma apreensão de armas na comunidade de Santo André, em Bangu. Esse episódio contrasta com o trágico desfecho de sua vida e revela a complexidade e contradições presentes na trajetória de muitos profissionais da segurança pública.
O crime ocorrido na Barra da Tijuca coloca em evidência a violência e a insegurança que ainda assolam diversas regiões do Rio de Janeiro. A polícia segue empenhada na investigação do caso, buscando elucidar as circunstâncias e motivações por trás desse ato criminoso. A população aguarda por respostas e por medidas efetivas que contribuam para a prevenção e o combate à criminalidade na cidade.