Em 2022, os crimes de ódio na Internet registraram um aumento de 39,3% no Brasil durante o período eleitoral, em comparação a 2021. O crescimento de maior destaque se deu por conta de xenofobia, além de intolerância religiosa e misoginia. O relatório, feito pela ONG Safernet, aponta que as eleições pioraram o cenário de denúncias à organização.
Os crimes de ódio na Internet
Entre os crimes de ódio que receberam denúncias junto à Safernet, a xenofobia teve um crescimento preocupante. Entre 1º de janeiro e 31 de outubro de 2021, foram 768 casos. No mesmo período de 2022, os números chegaram a 7.075. A porcentagem do aumento entre os anos foi de 821%.
A intolerância religiosa também passou de 614 para 3.818 denúncias, um aumento de 522%. Já a misoginia saltou de 7.367 para 20.924, em crescimento de 184%. A maioria dos outros crimes de ódio também subiu: LGBTfobia aumentou em 51,9%, apologia a crimes contra a vida, em 18,2%, e racismo em 14,3%. O total de denúncias foi de 39.379 para 54.888 (aumento de 39,3%).
O único tópico que sofreu uma redução foi o de neonazismo, diminuindo em 85,4%, de 13.928 para 2.033. “Isto se deve à explosão de denúncias de neonazismo no Brasil em 2021, motivada principalmente por uma fala neonazista de um apresentador de podcast e por um gesto supremacista de um comentarista de TV, além da intensa cobertura jornalística sobre o crescimento do neonazismo no Brasil”, diz o relatório da Safernet.
No outro ano eleitoral mais recente, em 2018, também houve crescimento de seis dos sete crimes de ódio, com destaque para misoginia (1639,5%), xenofobia (595,5%) e neonazismo (262,1%). Naquela ocasião, o único índice que caiu em comparação ao ano anterior, 2017, foi o de intolerância religiosa (25,7%).