Cinco empresas de internet encerram atividades após ataques de facção no Ceará
Os ataques contra os provedores de internet no Ceará têm ocorrido desde fevereiro. Facção exige dinheiro de operadoras de internet para permitir a oferta do serviço e promove ações de retaliação contra as provedoras que recusam pagar a ‘taxa’.
Desde fevereiro, os provedores de internet do Ceará estão sendo alvos de uma série de ataques promovidos por uma facção criminosa, que está cobrando das empresas parte do valor dos serviços prestados. — Foto: Reprodução
Cinco empresas provedoras de internet no Ceará vão encerrar as atividades após a série de ataques de uma facção criminosa, segundo a Associação dos Provedores Do Ceará. Os ataques têm ocorrido em quatro cidades, incluindo Fortaleza, desde fevereiro.
A facção que coordena os crimes exige dinheiro de operadoras de internet para permitir a oferta do serviço e promove ações de retaliação contra as provedoras que recusam pagar a “taxa”.
Uma das empresas é a provedora de internet ‘GPX Telecom’, de Caucaia. Por meio de nota, a empresa disse que “em menos de 20 minutos, atos de vandalismo devastaram tudo o que construímos com tanto esforço e comprometimento, levando-nos a tomar a difícil decisão de encerrar nossas operações.
Empresa comunica encerramento após ataques. — Foto: Reprodução/Redes Sociais
“É com um profundo sentimento de tristeza que anunciamos o encerramento de nossas atividades. Ao longo de nove anos, desde 2016, tivemos a honra de servir com dedicação e alegria os Bairros Parque Soledade, São Gerardo e Ponte Rio Ceará. Infelizmente, em meros 20 minutos, atos de vandalismo devastaram tudo o que construímos com tanto esforço e comprometimento, levando-nos a tomar a difícil decisão de encerrar nossas operações.
Esse triste episódio evidencia a fragilidade da segurança em que vivemos nos nossos dias atuais, onde o trabalho árduo de anos pode ser destruído em questão de minutos. Sempre priorizamos a qualidade e a legalidade em nossos serviços, e somos imensamente gratos pela confiança que vocês depositaram em nós ao longo dessa jornada.
A Secretaria da Segurança Pública informa que a Polícia Civil investiga o crime, por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). O órgão destacou que 27 pessoas suspeitas de envolvimento com ataques a provedoras de internet já foram presas. As capturas ocorreram por força de mandados de prisão e em flagrante. Durante os trabalhos policiais, veículos, diversos aparelhos celulares, armas e munições também foram apreendidos.
Arte mostra mapa com locais que ficaram sem internet após ataques de facções no Ceará.