Crise do Carrefour impulsiona votação de projeto do agronegócio no Brasil

Agro vê ponto positivo em crise do Carrefour com carnes brasileiras

Parlamentares ligados ao agronegócio viram um ponto positivo na crise gerada após o DE dizer que não compraria carnes brasileiras

Integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária, a chamada “bancada do boi” do Congresso Nacional, viram um ponto positivo na recente crise envolvendo o DE e o setor de carnes brasileiro.

Nos bastidores, deputados ligados ao agronegócio dizem que a crise ajudou a destravar, no Legislativo brasileiro, a votação do projeto da “reciprocidade ambiental”, demanda antiga do segmento.

A publicação foi feita nesta última quinta-feira (21/11). Ministro Carlos Favaro criticou medida do DE. Lira também criticou ação do DE.

Carrefour na França anunciou boicote à carne do Mercosul

A proposta proíbe o governo federal de assinar acordos que restrinjam produtores brasileiros, sem que medidas equivalentes sejam adotadas por outros países signatários.

A urgência do projeto foi aprovada na quarta-feira (27/11), com apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A expectativa é de que o mérito da proposta seja votado nos próximos dias.

Segundo Lira, a ideia é articular com outros países do Mercosul a votação de projetos semelhantes. Assim, os europeus seriam forçados a adotar as mesmas regras que exigem para o Brasil para importar seus produtos.

Integrantes da FPA avaliam que, sem a crise gerada após o DE prometer não comprar mais carnes brasileiras para suas lojas francesas, o projeto da reciprocidade dificilmente avançaria agora.

DE SE RETRATA

Após a crise, o DE divulgou um novo posicionamento na terça-feira (26/11). No comunicado, a empresa ressaltou que continuará comprando a carne brasileira, como faz “há 50 anos”.

A mudança de posicionamento ocorreu após frigoríficos, hotéis, bares e restaurantes brasileiros promoverem boicote à rede varejista no Brasil, em retaliação às falas do CEO da empresa, Alexandre Bompard.

A postura do CEO chegou a gerar ruído diplomático. A embaixada do Brasil na França se manifestou em defesa do produto brasileiro e afirmou que a declaração do executivo “reflete opinião e temores infundados”.

DE retornou atrás em sua decisão inicial e declarou apoio à comunidade agrícola francesa, pedindo desculpas pela controvérsia envolvendo as carnes brasileiras.

A crise gerada pela decisão do DE de boicotar as carnes brasileiras trouxe à tona a urgência de questões ligadas ao agronegócio e ao comércio internacional, destacando a importância das negociações e acordos para o setor. As repercussões diplomáticas e econômicas desse episódio refletem a sensibilidade das relações entre países e a necessidade de diálogo e cooperação para o desenvolvimento sustentável de todas as partes envolvidas. Acompanhar de perto os desdobramentos desse cenário pode fornecer insights valiosos sobre os desafios e oportunidades enfrentados pelo Brasil e seus parceiros comerciais.

Entretanto, o desdobramento positivo dessa crise pode indicar um caminho de colaboração e entendimento mútuo, demonstrando a capacidade de reverter situações adversas em benefício de ambas as partes. Com diálogo, transparência e comprometimento com os interesses comuns, é possível superar obstáculos e fortalecer as relações comerciais e diplomáticas entre o Brasil e seus parceiros internacionais. O setor agropecuário brasileiro pode encontrar nesse episódio uma oportunidade de reafirmar sua relevância e compromisso com a qualidade e segurança de seus produtos, contribuindo para a construção de uma imagem positiva e confiável no mercado global. Em meio às incertezas e desafios do cenário internacional, a capacidade de adaptação e resiliência do agronegócio brasileiro pode ser um diferencial competitivo essencial para enfrentar as exigências e demandas do mercado global. Uma abordagem estratégica e colaborativa para lidar com os impactos e consequências desse episódio pode fortalecer a posição do Brasil como um parceiro confiável e responsável no comércio internacional.

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Relatório do pacote fiscal preserva Fundo Constitucional do DF e evita perda de R$12 bi

Relatório do pacote fiscal barra corte do Fundo Constitucional do DF

A estimativa é que a alteração da base de cálculo proposta pelo governo federal represente perda de receita do DF de R$ 12 bi em 15 anos

A mudança no Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), que representaria menos recursos à capital do país nos próximos anos, foi retirada do pacote fiscal pelo relator do Projeto de Lei nº 4614/2024, deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB-AL). O parlamentar apresentou o texto final na noite dessa quarta-feira (18/12). A proposta deve ser votada nesta quinta-feira (19/12).

O relatório suprime o artigo 7º do projeto do governo federal, que muda o critério de definição do valor anual a ser repassado pela União à capital do país, por meio do FCDF. A proposta determinava que o fundo seria reajustado de acordo com a inflação, e não mais pela variação da receita corrente líquida, como ocorre desde 2003.

A estimativa, tanto do governo federal quanto da Secretaria de Economia, é que a alteração da base de cálculo levaria a uma perda de receita de aproximadamente R$ 800 milhões no primeiro ano. Ao longo de 15 anos, o DF deixaria de receber R$ 12 bilhões.

Isnaldo Bulhoões é deputado federal pelo MDB de Alagoas. Governo detalha medidas de corte de gastos. Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Fechar modal.

No relatório do PL, Isnaldo Bulhões justificou que a alteração pretendida pelo governo federal “impõe severa restrição fiscal ao Distrito Federal”. “Considerando que é competência da União manter adequadamente a Polícia Civil, Polícia Penal, Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, recompor os recursos do fundo apenas com a correção monetária não reflete corretamente o crescimento da população e da renda”, afirmou o parlamentar.

O FCDF corresponde a uma parcela importante da receita da capital federal, sendo utilizado para pagar a segurança, além de contribuir com a saúde e a educação. Em 2025, do orçamento de R$ 66,6 bilhões do DF, R$ 25 bilhões são oriundos do fundo.

Desde que a proposta de mudança do critério de reajuste do FCDF foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, políticos brasilienses de diversos partidos se uniram para barrar a medida no Congresso Nacional. O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), mobilizou líderes partidários nacionais, enquanto deputados federais e senadores também fizeram campanha para manter os parâmetros atuais do fundo.

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