Crise hídrica: MP cobra explicações da Prefeitura e do DAE em Americana
DE deu cinco dias para que a adminstração detalhe medidas emergenciais, plano de racionamento e ações para garantir água potável à população. Decreto de emergência foi anunciado na segunda (29).
Estação de captação de água de Americana (SP) no Rio Piracicaba — Foto: Gustavo Gomiero
DE de Água
Diante dos problemas no abastecimento de água em Americana (SP), o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaeco), cobrou da Prefeitura e do superintendente do Departamento de Água e Esgoto (DAE) explicações, em cinco dias, sobre a crise hídrica que afeta o município.
O documento foi expedido na segunda (29), e o DE teve acesso ao texto nesta terça (30). Procurada, a Prefeitura informou que o DAE recebeu os ofícios nesta terça e que “irá analisar o conteúdo e responder aos questionamentos à promotoria”.
De acordo com o DAE, o problema no abastecimento ocorre por causa da baixa qualidade da água do Rio Piracicaba, principal fonte de captação da cidade. Na segunda, a prefeitura anunciou decreto de emergência hídrica.
Entre as explicações solicitadas pelo MP estão as medidas emergenciais que foram ou serão adotadas pelo município, e as ações para garantir a segurança hídrica para grupos populacionais vulneráveis, como asilos e creches, além de unidades de saúde e regiões com baixa capacidade de reservação e com redes precárias.
No documento, o promotor Ivan Carneiro questiona se há algum plano de racionamento, como rodízio e redução de pressão nas redes, sendo necessário compartilhar o programa.
Além disso, o MP questiona como está sendo assegurada a priorização do abastecimento humano, deixando em segundo plano o atendimento da indústria.
O promotor do Gaema também aborda denúncias sobre a qualidade da água, algumas “escuras” ou “sujas”, e pede a apresentação dos relatórios e análises laboratoriais da água bruta nos principais pontos de captação, além dos resultados de monitoramento da qualidade da água tratada.
Segundo o superintendente do DAE, Marcos Morelli, a captação de água no rio Piracicaba continua normal, mas o processo de tratamento está mais lento devido ao excesso de impurezas.
> “Estamos usando muito produto químico para decantação. Isso gera uma demora maior. Temos que lavar mais vezes decantadores, lavar mais vezes filtros. Isso compromete a oferta final de água”, afirmou.
Os bairros mais distantes da Estação de Tratamento de Água são os que mais sofrem com a intermitência no abastecimento. Entre eles estão:
– Praia Azul
– Jardim da Paz
– Parque Gramado
– Jardim Novo Mundo
– Jardim Zanaga
A normalização do serviço depende da retomada das chuvas, segundo o DAE.
Por conta do problema de abastecimento, as aulas presenciais foram suspensas na Fatec Americana a partir desta segunda-feira.
O Centro Paula Souza informou que as aulas estão sendo realizadas de forma online por tempo indeterminado. A volta ao formato presencial depende da regularização do fornecimento de água. Já as atividades na Etec de Americana seguem normalmente.