Crise hídrica em Goiás: estiagem e consumo elevado ameaçam abastecimento de água

O Brasil enfrenta a pior estiagem dos últimos 44 anos. Em Goiás, a chuva se ausenta há 133 dias. Essa seca extrema impacta drasticamente a vazão dos rios. As altas temperaturas e os recordes de baixa umidade elevam o consumo de água consideravelmente. A Saneamento de Goiás S.A. (Saneago) informa que os sistemas de abastecimento operam dentro da normalidade nos 223 municípios sob sua atuação. Entretanto, a situação exige atenção. A recomendação para a população é clara: adote o uso consciente da água.
 
Compare o consumo em Goiânia nos meses de julho dos últimos 5 anos e constate o aumento: aproximadamente 1,3 bilhão de litros. Em contraste, o volume de chuvas diminui a cada ano. Dados do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) indicam ausência de chuva na capital desde 25 de abril. São 15 meses consecutivos com recordes de altas temperaturas. A demanda por água aumenta, mas os mananciais não acompanham essa elevação, colocando em risco a sustentabilidade hídrica.
 
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) revela dados alarmantes: este é o nono maior período sem chuvas já registrado na capital desde o início das medições, em 1961. O índice deste ano em Goiânia quase dobra o do mesmo período do ano passado, quando a cidade enfrentou 67 dias sem chuva.
 
A Saneago alerta: a atual conjuntura climática afeta diretamente o abastecimento público. A espera pelo retorno das chuvas exige a colaboração de todos na redução do consumo. A empresa destaca seu compromisso, mantendo o menor índice de desperdício na distribuição de água em todo o Brasil. Seus investimentos se concentram na melhoria dos sistemas de abastecimento e em ações operacionais, como perfuração de poços e interligação de sistemas. No entanto, a Saneago reforça: sem água nos mananciais, falta a matéria-prima para captar, tratar e distribuir à população.
 
A água potável é essencial para a vida humana. Para garantir o acesso a todos, a Saneago recomenda: utilize a água apenas para o estritamente necessário. Regue o jardim em horários de maior eficiência, com temperatura mais amena, como no início da manhã ou no final da tarde. Verifique suas instalações internas e identifique possíveis vazamentos. Corrija-os imediatamente. Opte por banhos mais curtos e utilize a máquina de lavar roupas apenas com a capacidade máxima. Reaproveite a água da lavagem para outros usos dentro de casa. Lave o carro somente em caso de extrema necessidade.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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