A semana iniciou com péssimas notícias para o mercado financeiro. Isso porque a empresa chinesa Evergrande, uma das maiores no mercado imobiliário está correndo um grande risco de sofrer “calote” e caso isso aconteça, irá impactar todo o mercado financeiro da china e afetará também o Brasil.
De acordo com o economista e assessor de investimentos, Glauber Lima, tudo começou quando a empresa foi criada a partir de endividamentos, hoje ela está com mais de mais de US$ 300 bilhões de dívidas.
“A Evergrande ela teve parte do seu crescimento por meio de endividamento e hoje a empresa possui mais de US$ 300 bilhões em dívidas que veio se acumulando nos últimos anos e se encontra em uma situação delicada na qual levantou a possibilidade de calote o que poderia colapsar todo o sistema financeiro da China”, afirma Glauber.
O economista explica que se houver um calote, todo o processo de financiamento que empresas chinesas fazem pelo mundo a fora, pode paralisar. “Uma crise desse porte pode afetar a sua demanda por commodities no qual o Brasil é um forte parceiro comercial, impactando dessa forma nossa balança comercial e nossa cadeia produtiva como um todo”.
Glauber afirma que não há muito o que fazer, além de esperar, ” O mercado aguarda é se o governo chinês irá intervir para evitar esse calote da Evergrande ou não”.
Quem é a Evergrande?
A empresa foi fundada em 1996 e alcançou a prosperidade no mercado imobiliário. É a segunda maior do imenso mercado chinês, a ponto de fazer parte da lista Global 500, da revista Fortune.
Além disso, a construtora assina projetos de construção em 280 cidades, tem uma subsidiária no mercado de veículos elétricos, uma empresa de mídia, um parque de diversões e um time de futebol, o Guangzhou Evergrande.
Entenda a crise
Em agosto do ano passado, essa crise começou a dar sinais. Na época, a empresa pediu ajuda para o governo de Guandong, pois não teria fundos para pagar dívidas com vencimento em janeiro. Um dos grandes investidores da empresa capitaneou o alívio e esticou o prazo de pagamento de US$ 13 bilhões.
Ainda assim apontava uma crise. Então, foi desenhado um plano para cortar US$ 100 bilhões da dívida até meados de 2023, mas até agosto havia cortado apenas US$ 8 bilhões.
De acordo com o jornal The New York Times, a empresa chegou a “forçar” os próprios funcionários a fazerem empréstimos de curto prazo em setembro deste ano para garantir o pagamento de bônus ao fim de 2021. No mercado, a construtora já perdeu 85% do seu valor.
Devo investir agora?
Para Glauber, sempre é uma boa hora para investir:
“Com inflação alta e poupança rendendo 70% da Selic, construir uma carteira de investimentos diversificada sempre é um momento oportuno para blindar contra as volatilidades que acontecem no mercado financeiro”, ressalta Glauber.
Ele explica que é necessário aproveitar possíveis oportunidades que podem acontecer e não deixar o patrimônio ser corroído pela inflação. “O que vai ajudar cada pessoa a fazer isso de forma mais eficiente e prudente é ter conhecimento correto sobre seus investimentos”, destaca.