-se na Newsletter de Notícias do Rio
O Complexo do Fubá, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro, foi palco de sete tiroteios em apenas três dias, de acordo com dados do Instituto Fogo Cruzado. A situação se agravou na última segunda-feira, quando houve tentativas de invasão do Comando Vermelho na região, que atualmente é dominada pelo Terceiro Comando Puro. Os confrontos começaram com o intuito de recuperar o corpo de Kaio da Silva Honorato, conhecido como Kaioba, de 19 anos, apontado como um dos principais membros do CV.
Desde o início do ano, o Complexo do Fubá já registrou a morte de 11 pessoas, número considerado recorde pelo Fogo Cruzado. Além dos óbitos, outras três pessoas ficaram feridas em decorrência dos confrontos entre facções rivais na região. Nas redes sociais, os moradores compartilham vídeos e fotos dos tiroteios, evidenciando a extrema violência presente no local. Perfis controlados por traficantes também demonstram a brutalidade dos confrontos, como a execução de Kaioba com um tiro de fuzil no rosto.
O uso de balas traçantes nos confrontos chama ainda mais atenção para a violência no Complexo do Fubá. Perfis ligados aos traficantes zombaram da morte de Kaioba, fazendo referência a ele como “churrasco de carne de Urso”, em alusão a Edgar Alves de Andrade, líder do CV na região e responsável pela expansão da facção no estado. O velório do jovem ocorreu no Morro do 18, em Quintino Bocaiuva, reunindo familiares e amigos em meio à tensão causada pela guerra do tráfico.
O Instituto Fogo Cruzado destaca que, somente neste ano, foram registrados 37 tiroteios no Complexo do Fubá. Em 2023, o local chegou a contabilizar 73 ocorrências no mesmo período, apontando para a gravidade da violência na região. A Polícia Militar reforçou o policiamento na área após os recentes confrontos, visando a garantir a segurança dos moradores e inibir novos episódios de violência armada.
Apesar do clima tenso na região, a última quinta-feira transcorreu sem novos registros de tiroteios no Complexo do Fubá. As autoridades seguem em alerta para possíveis novas ações criminosas e buscam medidas para conter a escalada da violência na área. Enquanto isso, os moradores da Zona Norte do Rio de Janeiro enfrentam o medo diário provocado pela guerra do tráfico, que já deixou um rastro de morte e destruição na comunidade.