Crochê, bordado e ‘Bobbie Goodies’: hobbies analógicos em alta no interior de SP – Saiba mais sobre os benefícios e a procura crescente.

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Crochê, bordado e ‘Bobbie Goodies’: hobbies analógicos ganham adeptos no interior de SP

Atividades manuais auxiliam na redução de estresse e ajudam no foco e atenção plena. Procura por crochê, bordado, palavras cruzadas e ‘Bobbie Goodies’ é uma consequência do desejo de diminuição do tempo de telas em todas as idades.

Crochê, bordado e ‘Bobbie Goodies’: hobbies analógicos ganham adeptos no interior de SP

O hábito de ‘rolar’ a tela do celular nas redes sociais foi substituído por canetas, lápis coloridos e um livro de desenhos na vida de Isabela Domingos, enquanto as tardes de Beatriz e Regina Dantas passaram a ter outras cores, conversas e trocas após a inscrição na aula de bordado em Bauru (SP).

A volta dos hobbies analógicos – atividades manuais que não precisam de tecnologia – na rotina de jovens e adultos foi impulsionada, principalmente, pelo desejo de diminuição do tempo de telas e da necessidade de distração após o trabalho.

No entanto, os benefícios da prática não se aplicam apenas ao lazer. O DE conversou com uma especialista e também adeptos desses hobbies, que explicam como esses simples hábitos podem melhorar sua qualidade de vida.

Crochê, bordado e ‘Bobbie Goodies’: hobbies analógicos ganham adeptos no interior de SP — Foto: Paulo Piassi/g1

Formada na área de educação e envolvida com arte desde seus 11 anos, Natália Nogueira decidiu abrir seu próprio ateliê após a pandemia, motivada pelo desejo de criar conexões reais entre mulheres.

“Eu conciliei a minha formação pedagógica e acadêmica com um hobby que vem de família, das mulheres da minha família”, explica. Atualmente, a empreendedora conta que há muita procura para as aulas de artesanato e, em poucos meses de inauguração, já tinha todas as turmas cheias em Bauru (SP).

Crochê, bordado e ‘Bobbie Goodies’: hobbies analógicos ganham adeptos no interior de SP — Foto: Natália Nogueira/Arquivo Pessoal

Essa falta de conexão com mundo real e episódios de burnout na vida da Beatriz Dantas fizeram com que a fonoaudióloga buscasse atividades que ajudassem na recuperação da sua saúde mental e funcionassem como válvulas de escape em sua rotina.

A partir de então, as tardes entre Beatriz e Regina Dantas se tornaram mais coloridas e rodeadas de fios de linha, bastidor, lã e agulhas. “É um momento que usamos para fofocar, para conversar coisas diferentes e relaxar. É muito gostoso e especial, ainda mais junto com a minha mãe.”

Crochê, bordado e ‘Bobbie Goodies’: hobbies analógicos ganham adeptos no interior de SP — Foto: Paulo Piassi/g1

O contato direto com redes sociais, celulares e telas dentro da profissão de Isabela Domingos fez com que a analista de marketing resgatasse hobbies analógicos na sua rotina. O crochê, ensinado por sua avó, já era parte de sua vida, e as palavras-cruzadas e os livros de colorir ‘Bobbie Goodies’ entraram no lugar dos momentos de procrastinação na frente do celular.

Segundo a psicóloga Maiara Lourenço, os malefícios dessa presença intensa nas redes afetam até mesmo o funcionamento do nosso organismo.

“As atividades manuais estimulam áreas do cérebro ligadas à atenção, organização e os movimentos delicados, ajudando a manter a mente ativa e flexível. Além disso, cria momentos de foco e atenção plena que acalmam os pensamentos acelerados e favorecem o equilíbrio emocional, ampliando a sensação de competência e bem-estar do dia a dia”, esclarece Maiara em entrevista ao DE.

Para Natália Nogueira, os hobbies analógicos também ajudam a manter tradições familiares e os laços femininos: “É incrível poder compartilhar todo esse saber que eu venho carregando durante anos, que vem das minhas ancestrais, e poder divulgar com outras mulheres”, finaliza.

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