Cuba concluiu a libertação de 553 prisioneiros após um acordo intermediado pelo Vaticano, conforme divulgado pelo principal tribunal cubano no final da segunda-feira (10). O processo de liberação dos detentos foi acordado ainda durante o governo do ex-presidente Joe Biden, mas sofreu reviravoltas devido às ações do presidente Donald Trump, que revertendo promessas anteriores, impôs novas sanções à ilha.
Em janeiro, Biden concordou em retirar Cuba da lista de terrorismo dos EUA em troca da libertação de prisioneiros, em negociações com a Igreja Católica e mediadas pelo Vaticano. No entanto, a postura de Trump ao assumir o cargo resultou na rescisão desse acordo, levando Cuba a suspender temporariamente o processo de libertação dos prisioneiros, além de aplicar sanções adicionais ao país.
A mídia estatal cubana noticiou no noticiário da TV na segunda-feira que as autoridades judiciais confirmaram a “libertação antecipada” dos 553 detentos. De acordo com o Tribunal Supremo Popular de Cuba, as pessoas já estão em liberdade e o processo foi finalizado, segundo a reportagem veiculada.
Grupos de direitos humanos relataram um aumento no número de prisioneiros liberados na ilha na semana passada, apesar da decisão de Trump de desistir do acordo com Biden. Embora tenha sido mencionado que alguns dos libertados eram criminosos comuns, o governo Biden esperava a libertação de “prisioneiros políticos” como parte do acordo.
Os esforços para a libertação dos detentos em Cuba têm sido objeto de pressão por parte de diversas frentes, incluindo Estados Unidos, União Europeia, Igreja Católica e grupos de vigilância. Desde os protestos contra o governo em julho de 2021, que resultaram em centenas de manifestantes presos, as demandas por soltura têm sido constantes.
As autoridades cubanas alegam que os detidos cometeram crimes que vão desde incêndio criminoso até vandalismo e sedição. Até o momento, cerca de 200 prisioneiros ligados aos protestos foram libertados, embora a falta de informações precise dificulte uma contagem precisa.
A reportagem da mídia estatal cubana não especificou quantos dos 553 detentos libertados no acordo com o Vaticano estavam relacionados aos protestos de 2021. Com a conclusão desse processo, a expectativa é de que mais prisioneiros sejam liberados, em um esforço para promover mudanças e melhorias nas condições do sistema carcerário cubano.