Cuba promete oferecer serviço de internet a lares até dezembro

Todas as casas de Cuba poderão ter acesso aos serviços de internet antes do final do ano, algo que somente os lares em Havana contavam, anunciou ontem (27) o monopólio estatal de comunicações Etecsa, que informou que a partir de amanhã a medida será estendida a cinco províncias da ilha. A informação é da agência EFE.

As províncias cubanas de Pinar del Río, Las Tunas, Holguín, Granma e Guantánamo foram as escolhidas para sediar as primeiras conexões fora da capital. Segundo a Etecsa a nova oferta inclui uma maior velocidade de conexão em quatro pacotes de 30 horas, com preços que oscilam entre 15 e 70 CUC (moeda cubana equivalente ao dólar), um serviço caro para o cubano, que recebe um salário médio de US$ 29 por mês.

A chefe do projeto Nauta Hogar, Amarelys Rodríguez, explicou ao jornal oficial Granma que “todos aqueles que tiverem telefonia fixa em casa serão clientes potenciais. Eles serão contatados via telefônica para uma reunião e, se tiverem interesse, assinarão o contrato”.

Teste piloto

Em Cuba, um dos países com menor taxa de conectividade no mundo, não era permitida a conexão à internet nos lares, exceto a alguns profissionais, como médicos, advogados, jornalistas e funcionários de alta categoria. No entanto, entre dezembro e fevereiro deste ano, 858 lares de Havana Velha receberam o serviço de graça, como parte de um teste-piloto para iniciar a comercialização gradual.
Pouco após concluir os testes, a Etecsa anunciou em março que começava a oferecer o serviço, com 358 clientes iniciais, número que ao término de maio ultrapassou os 600 contratos. Para ter acesso a esta nova oferta é preciso pagar por uma única vez a quota de habilitação de 15 CUC, após a qual será cobrada uma tarifa mensal segundo a velocidade contratada, explicou Amarelys Rodríguez.

O usuário deve possuir “um serviço telefônico com condições técnicas que permitam a configuração da velocidade contratada”, um modem – que a Etecsa vende por 19 CUC – e uma conta de acesso com domínio local @nauta.com.cu. que se associa à linha telefônica.

A empresa apontou como incentivos para o novo serviço o fato de que o cliente que contratar o pacote de 1 megabyte por segundo receberá o primeiro mês de graça. Já os que pagarem por velocidades superiores (2, 3 e 4 megabytes) terão um desconto de 15 CUC no primeiro mês.

Amarelys, que também é diretora de Operações de Rede em Havana, antecipou que na capital cubana está previsto comercializar cerca de 38 mil novas capacidades, e que o acesso fora de Havana Velha poderá ser contratado “na medida em que cada zona tenha as condições técnicas para isso”.

Lentidão

Inicialmente, o Nauta Hogar oferecia velocidades entre 256 kB por segundo e 2 megabytes, o que provocava queixas nos clientes pela lentidão do serviço. De acordo com a Etecsa, o tipo de computador e o sistema operacional instalado também influencia na lentidão da conexão .

Cuba registrou mais de 4,5 milhões de usuários de internet em 2016, o que significa 403 usuários conectados por cada 1 mil habitantes, segundo dados oficiais. Na ilha há registrados 1.152.900 computadores, sendo 628,7 mil com conexão à rede.

Dentro da estratégia do governo da ilha para aumentar a conectividade, a Etecsa iniciou em julho de 2015 a instalação de zonas wi-fi em espaços públicos, onde a conexão custa US$ 1,5 a hora.

Fonte: Agência Brasil

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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