Cuidador de idosos: promissora, área cresce mais de 500% em 10 anos

“Sempre gostei de cuidar de pessoas e com o passar dos anos veio a opção pela faculdade de enfermagem, o que nada mais é do que literalmente cuidar”, afirma a enfermeira Bethania Zago. No Brasil, mais de 34 mil pessoas trabalham como cuidadoras, representando crescimento de 547% em 10 anos, conforme informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho e Previdência.

A enfermeira iniciou a rotina de cuidadora ainda na adolescência, fator que a motivou continuar atuando na profissão. Bethania investiu no segmento e criou a própria empresa de cuidadores de idosos: a Cuidare Bueno. Após 20 anos trabalhando com cuidados, a profissional ressalta que a motivação agora é levar melhores condições de vida tanto para o paciente quanto para as famílias. “Eu levo qualidade através de um cuidado humanizado, vendo o meu paciente não apenas como alguém que necessita de cuidados, mas buscando sempre resgatar nesse idoso a autonomia”, explica.

Muitas pessoas optam por serem cuidadoras de idosos, por ser considerada uma ocupação promissora. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o ritmo de envelhecimento da população brasileira está acelerado e a expectativa é que em 2050 o país tenha mais idosos do que crianças. Além disso, estima-se que o Brasil será composto por um quarto da população com mais de 65 anos (25,5%), em 2060.

A diretora da empresa Escolha Certa Cuidadores de Pessoas, Luciane Lima, analisa que mesmo que a economia não estivesse nos seus melhores anos, a área não seria impactada. “Mesmo com a economia enfraquecida, a ocupação de cuidador de pessoas cresce por dois grandes motivos: há cada vez mais idosos no país e serviço de saúde é um dos últimos a serem cortados em cenário de crise. As famílias tentam sacrificar outro tipo de consumo, mas mantem o cuidado com a saúde dos seus entes queridos”, explica.

A proprietária da agência Cuidare Goiânia, Bethania Zargo, trabalha há 20 anos na área

Em Goiás, no período de 2010 a 2016, a quantidade de vínculos da Ocupação de Cuidadores saltou de 434 pessoas para 921, representando um crescimento de 36%. Na Cuidare, empresa de Bethania, atuam aproximadamente 20 cuidadores e a unidade no Setor Bueno, em Goiânia, é apenas uma dentre 70 espalhadas pelos municípios brasileiros. “Trabalhamos com os cuidados no domicílio e em instituições de saúde onde o paciente estiver”, diz.

Pré-requisitos

A profissão ainda não é regulamentada, mas de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), o profissional deve ser formado em cursos com carga horária de 80 a 160 horas, ter acima de 18 anos e ensino fundamental completo. Para complementar as exigências, o Ministério do Trabalho aponta que o acesso ao emprego também ocorre por meio de cursos e treinamentos de formação básica.

Bethania afirma que é fundamental que os cuidadores atendam outros pré-requisitos. “O cuidador deve ter conhecimento científico, proatividade, bom senso, aparência pessoal, higiene, carinho e empatia”. Sobre remuneração, um levantamento da Catho, site de vagas de emprego, projeta que um cuidador receba mensalmente a média R$ 1.420. Entretanto, há casos de empresas especializadas em cuidados que contratam com salários de até R$ 3 mil.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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