Cuidados na hora de escolher uma pós-graduação

Nunca houve tanta oferta de pós-graduação lato sensu no mercado como atualmente. Somos bombardeados com anúncios na TV, na internet e no rádio, o tempo todo. Segundo o Sistema Nacional de Pós-Graduação, em uma análise de avaliações trienais de 2007, 2010 e 2013, verificou-se que o número de programas de pós-graduação no Brasil cresceu 45%.

Há dez anos não temos novidades em relação às normas que regulamentam essa modalidade de ensino. O Conselho Nacional de Educação (CNE) é acionado frequentemente para esclarecer diversas dúvidas, o que faz por meio de pareceres sobre o funcionamento da pós-graduação lato sensu, que hoje está regulamentado pela Resolução CNE/CES 01 que vigora desde 2007. Desde de 2014, o MEC e o CNE estão empenhados em desenvolver normas mais claras que abranjam temas essenciais que a atual legislação não aborda, como a polêmica questão das parcerias entre instituições credenciadas e não credenciadas.

De fato, esse é um dos principais motivadores da futura nova resolução, pois, é de conhecimento geral a prática irregular da venda de “chancela”, na qual uma entidade (cursinhos) não credenciada pelo MEC, firma contrato ou convênio com uma Instituição de Ensino Superior (IES) credenciada, a fim de que a entidade oferte diretamente cursos de pós-graduação, fazendo “uso” dos atos autorizativos da instituição credenciada para que os certificados dos cursos sejam depois “validados”. Como esses atos são restritos à IES para a qual foram emanados, esses cursos tornam-se, na verdade, “irregulares”. Este é sem dúvida um dos principais fatores que favorecem a baixa qualidade dos cursos. Trata-se, obviamente, de ofertas com fins exclusivamente comerciais.

Outros pontos que estão amadurecendo na discussão são os indicadores de qualidade, fundamentais para medir a efetividade dos programas. Também houve avanço nas discussões sobre a consolidação da liberdade das IES para atuarem em todos os municípios desde que sejam diretamente responsáveis pela oferta dos cursos, e a necessária adequação da carga horária e do quadro docente.

Alguns temas podem parecer pontuais, mas são de grande importância e justificam a preocupação do MEC e do CNE em criar um novo marco regulatório eficiente e aplicável que também possibilite a atuação das autoridades de defesa do consumidor, a partir de regras mais claras.

Enquanto a nova regulamentação é discutida, quais os cuidados que o aluno deve ter para fazer uma boa escolha de curso de pós-graduação?

Primeiramente, o aluno deve saber que há muitas instituições sérias e reconhecidas nacionalmente por seus programas de pós-graduação: além das universidades públicas, podemos citar algumas com atuação nacional de âmbito privado como IBEMEC, FGV, Fundação Dom Cabral, IPOG e INSPER.

Há outras instituições sérias e de qualidade, é claro, e para identifica-las os estudantes precisam ficar atentos às condutas que representem sinais de regularidade.

Descubra se a IES é credenciada pelo MEC. Muitas instituições que hoje são credenciadas pelo MEC têm chancelado cursos em instituições menores, terceirizando a oferta. Antes de assinar o contrato, é importante que o aluno identifique se o CNPJ utilizado, inclusive nas notas fiscais apresentadas é da IES em que ele busca ingressar. Essa checagem é importante, pois é um indicador de que a IES credenciada pelo MEC é diretamente responsável pela oferta, além de possibilitar o abatimento no imposto de renda, já que somente uma IES credenciada tem legitimidade para emitir a nota fiscal que permite o abatimento regular. A consulta pode ser feita pelo site do MEC (emec.mec.gov.br). Ao acessar os dados da Instituição, também é possível conferir se o curso pretendido consta no Cadastro Nacional de Cursos de Pós-Graduação, no ícone ESPECIALIZAÇÃO.

Atente-se também à qualidade do curso oferecido. Procure saber quantas turmas desta especialização específica já foram ofertadas por esta IES e há quantos anos ela está atuando no mercado. Confira se a publicidade tem a divulgação explícita da IES credenciada responsável pelo curso, e se ela é responsável diretamente pelas atividades acadêmicas, como a contratação dos professores e interação no portal do aluno da instituição credenciada. E, principalmente, pesquise sobre o conteúdo ensinado, o qual deve estar alinhado com o que vem sendo praticado no mercado.

O aluno pode também buscar conhecer a opinião de ex-alunos. Procure indicações nas redes sociais, redes profissionais e esteja de olho nas informações apresentadas no site da IES.

É preciso ter cuidado com preços acessíveis demais. Quanto custa o seu futuro? Essa é outra boa pergunta que deve feita quando se procura uma pós-graduação. Desconfie. Pesquise sobre a credibilidade da IES. Certifique-se de que este curso realmente lhe dará condições de atuar na área pretendida. Muitas instituições oferecem opções de pós-graduação a preços tão baixos, o que já pode ser um indicador de baixa qualidade. No primeiro momento pode parecer que você fez um bom negócio, que está economizando, porém, imagine a sensação de concluir o curso e saber que você perdeu algo que dinheiro algum pode recuperar: seu tempo. O velho ditado que o barato as vezes pode sair muito caro continua valendo, mesmo em tempos de crise.

A moda de cursos cheios de “facilidades”, fora dos devidos padrões legais, é prejudicial à educação brasileira e ao mercado de trabalho ao inundá-lo com “portadores de títulos” sem conhecimento e preparo. Cuidar da qualidade na hora da escolha da pós-graduação é pensar muito além de um futuro profissional de sucesso; é também ajudar na formação de profissionais capacitados para contribuir na construção de um Brasil melhor.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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