“Cumprimos a missão”, diz general sobre intervenção no Rio

O interventor federal na segurança pública do Rio de Janeiro, general Walter Braga Netto, disse que após dez meses de trabalho a intervenção atingiu os objetivos de recuperar a capacidade operativa dos órgãos de segurança pública e baixar os índices de criminalidade. “Temos a convicção de que trilhamos um caminho difícil e incerto, mas cumprimos a missão”, disse durante a cerimônia de encerramento da intervenção, que ocorreu no Comando Militar do Leste, centro do Rio.

Braga Netto destacou ainda a participação da sociedade carioca, de instituições públicas e privadas, de órgãos de segurança pública que trabalharam de forma integrada às Forças Armadas, o que, para ele, significa um marco histórico. O general defendeu mais uma vez a importância da continuidade da integração das forças. “Os desafios da segurança pública só serão vencidos se enfrentados de forma integrada, onde cada organização oferece as suas melhores capacidades para atingirmos o bem comum”, apontou.

Ainda durante o discurso, Braga Netto comparou o início da intervenção em fevereiro deste ano a um avião que precisou começar a funcionar em pleno voo. “Diferente do que muitos imaginam, não tínhamos um plano pronto. A surpresa foi nossa companheira e sabíamos que a demanda requerida era urgente. Sentimos orgulho quando literalmente percebemos que os homens e mulheres que se somavam à equipe inicial, não apenas aprendiam a pilotar esse ‘avião’, mas estavam construindo-o em pleno voo”, indicou.

Braga Netto destacou o planejamento estratégico, concluído pelos integrantes do Gabinete de Intervenção Federal em pouco tempo, que orientou as ações em dois eixos principais: recuperar a capacidade operativa dos órgãos de segurança pública e baixar os índices de criminalidade, visando a recuperação da sensação de segurança pela população carioca e a transformação dos órgãos de Segurança Pública em instituições do estado.

Durante a cerimônia, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, apresentou uma mensagem de áudio gravada do presidente Michel Temer elogiando o “brilhante trabalho” realizado pela intervenção. Sem detalhar os números, Temer destacou a queda em indicadores de criminalidade e o apoio da população. “Não foi sem razão que a população do Rio de Janeiro em todas as pesquisas revelava o aplauso à intervenção”, afirmou, acrescentado que decretou a intervenção, em fevereiro deste ano, após negociação com o governo estadual.

O governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles, lembrou que antes da intervenção “o estado do Rio estava à beira da convulsão social”. Dornelles agradeceu ao general Braga Netto pelo legado que a intervenção deixará no Rio.

Informações da Agência Brasil.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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