Cunha depõe à PF em inquérito que investiga Temer

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha depõe hoje (14) na Polícia Federal (PF) de Curitiba. A audiência começou às 11h , com a presença de um representante da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Cunha está sendo interrogado em inquérito que investiga o presidente da República Michel Temer após as delações premiadas dos executivos da JBS. O presidente da empresa, Joesley Batista, gravou em março deste ano uma conversa no Palácio do Jaburu sobre a relação de Joesley com Cunha.

Ontem (13), a defesa de Cunha requereu ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso às investigações da JBS, inclusive a gravação de Batista, com antecedência mínima de 48 horas do depoimento à PF. Por isso, o documento enviado à Corte também pediu a readequação da pauta da audiência marcada para esta manhã.

Eduardo Cunha foi condenado a 15 anos de prisão no âmbito da Operação Lava Jato. Ele está detido no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

O presidente da República nega as acusações da PGR. Em documento enviado ao STF na semana passada, a defesa de Michel Temer afirmou que ele é “coadjuvante de uma comédia bufa, encenada por um empresário e criminoso confesso e agora está sendo objeto de uma inquirição invasiva, arrogante, desprovida de respeito e do mínimo de civilidade”.

Foto: Agência Brasil

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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