Cúpula da Segurança fala sobre invasão ao Hospital Municipal Pedro II
O caso aconteceu por volta de 2h30 no Hospital Pedro II, em Santa Cruz. Grupo
rendeu os seguranças na entrada da garagem e entrou na unidade à procura de um
paciente internado, que é apontado como testemunha de crimes.
Homens armados invadem hospital na Zona Oeste do Rio em busca de paciente
internado
O secretário estadual de Segurança, Victor Santos, e os chefes da Polícia
Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, e da Polícia Civil, delegado
Felipe Curi, comentaram nesta quinta-feira (18) a invasão de milicianos no
Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste, durante a madrugada.
Os criminosos buscavam um paciente ali internado e apontado pela polícia como
testemunha de crimes.
Santos criticou a fala, mais cedo, do secretário municipal de Saúde, Daniel
Soranz,
que afirmou ter havido 516 momentos de interrupção de unidades de saúde por
questões de segurança.
“O secretário Soranz é um mentiroso ao falar que a segurança pública do Rio de
Janeiro está um caos”, afirmou Santos. “Ele dizer ao vivo que existem 516 ocorrências envolvendo
hospitais em segurança pública, isso é uma mentira. Hoje nós temos nem 20% de
ocorrências envolvendo hospitais e unidades do município”, rebateu.
Victor Santos disse considerar a invasão “um fato grave”. “Está sendo
investigado. Isso não vai ficar impune, as forças vão trabalhar.”
O CASO
O homem, de 31 anos, tinha sido alvo de uma emboscada na tarde de terça-feira
(17) e levou 9 tiros. Os criminosos também invadiram e destruíram a casa dele.
O alvo escapou e buscou ajuda médica. Vizinhos o levaram ao Pedro II.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, por volta das 2h30 o grupo rendeu
os seguranças no estacionamento do hospital e seguiu até o centro cirúrgico, mas
o homem já tinha sido transferido para a enfermaria, aonde o bando não foi.
Um dos invasores usava um uniforme da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas
Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE), da Polícia Civil do RJ. Segundo a
Draco, o uniforme usado pelo criminoso é falso.
A Polícia Militar foi acionada e reforçou a segurança no hospital.
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, informou que a invasão afetou o
atendimento da unidade. “Foi uma situação completamente absurda, uma falta de respeito com os outros
pacientes, com os profissionais de saúde, colocando toda a unidade de saúde em
risco”, declarou.
Ainda segundo Soranz, na hora da invasão “pacientes graves eram atendidos no CTI
e no próprio centro cirúrgico”. “Profissionais que faziam os transportes dos
exames de sangue, das bolsas de sangue, foram impedidos. Uma situação muito
grave, uma cena de completo terror.”
“É uma situação que está acontecendo cada vez mais, de forma mais frequente.
Este ano, tivemos que suspender o funcionamento de unidades 516 vezes por
motivos de segurança, por invasão ou por risco. O número só aumentou nos últimos
anos e não há respeito em relação às unidades de saúde. A polícia vem perdendo
território cada vez mais e os prejuízos para operações aumentam a cada dia”,
afirmou Soranz.