Pesquisadores da Universidade da Califórnia conseguiram desvendar a estrutura dessa proteína e a desenharam. Em estudo publicado nesta segunda-feira (27) na revista “Nature Communications”, a estrutura cristalina é relatada, uma forma de ajudar a ciência a entender como o zika consegue se multiplicar.
O vírus da zika, mais conhecido desde 2015 por causar a microcefalia e outras malformações, é transmitido por meio do mosquito Aedes aegypti, de mãe para filho durante a gravidez ou durante o sexo. Sua replicação só ocorre devido à proteína “NS5 ZIKV”, uma exclusividade desse vírus.
A análise estrutural também revela uma potencial ligação entre a proteína e o uso de um inibidor, o que pode ajudar no desenvolvimento de um mecanismo para suprimir a infecção. Conseguir identificar onde seria mais eficiente ligar o inibidor à proteína pode ajudar os cientistas na produção de medicamentos, diz o estudo.
“Começamos este trabalho e percebemos que a estrutura da NS5 estava faltando [na literatura]”, disse Jikiu Song, professor de bioquímica e coautor do artigo ao lado de Rong Hai, professor de fitopatologia e microbiologia.
“Nosso trabalho fornece uma estrutura para futuros estudos sobre a NS5 e mais oportunidades para desenvolver medicamentos contra o zika”, disse Hai.
Eles contam que a NS5 ZIKV tem uma semelhança estrutural com proteínas de outros flavivírus. “Sem dúvida, o tratamento de zika pode se beneficiar do conhecimento que já foi adquirido no caso da dengue”, completou.