Curso de Prevenção do Suicídio para Equipes de Saúde na Segurança Pública do RJ

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Equipes de saúde que trabalham com segurança pública no RJ recebem curso sobre prevenção do suicídio e como lidar com estresse

A primeira turma de Suicidologia e Segurança Pública foi aberta nesta semana como parte do programa de assistência à saúde mental dos agentes, promovido pelo Ministério Público do Trabalho do RJ.

O Ministério Público do Trabalho do RJ e o Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF-RJ) lançaram, em parceria, um curso direcionado à capacitação de profissionais de saúde que atuam na área da segurança pública. A iniciativa busca preparar esses profissionais para lidar com casos de suicídio e os impactos do estresse extremo enfrentado por muitos agentes.

A aula de abertura do curso de aperfeiçoamento em Suicidologia e Segurança Pública ocorreu nesta quinta-feira (10). A turma, composta por 90 agentes das polícias do Rio de Janeiro, do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), do Corpo de Bombeiros e da Guarda Municipal da capital, será treinada por 1 ano.

Segundo dados do Boletim IPPES Brasil 2024, 821 profissionais da segurança pública em atividade perderam a vida por suicídio. Desse total, apenas 62 casos estiveram relacionados a crimes de homicídio ou feminicídio seguidos de suicídio. A professora Dayse Miranda ressalta a gravidade do problema e a urgência por ações estratégicas de prevenção e pósvenção de suicídio na Segurança Pública do Estado e do Município do Rio de Janeiro.

A rotina de tensão e estresse pode levar alguns profissionais das forças de segurança pública a desenvolver quadros de depressão, ansiedade, irritabilidade, distúrbios do sono e alterações de humor. Em muitos casos, esses fatores estão associados ao estresse pós-traumático, contribuindo para o adoecimento mental, afastamento das atividades e, em situações extremas, ao suicídio.

A cerimônia de abertura contou com uma aula magna ministrada pela socióloga Maria Cecília de Souza Minayo, pesquisadora emérita da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e autora de mais de dez livros, incluindo “Missão Prevenir e Proteger: condições de vida, trabalho e saúde dos policiais militares do Rio de Janeiro”. A importância da rede de apoio e dos grupos de apoio também foi destacada por mães que perderam filhas por suicídio. Através de apoio mútuo e compartilhamento de experiências, esses grupos desempenham um papel fundamental na prevenção e no enfrentamento do suicídio.

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