Cursos presenciais têm o melhor desempenho no Enade

Enquanto 6,1% dos cursos presenciais obtiveram o maior Conceito Enade, apenas 2,4% dos cursos a distância obtiveram a avaliação máxima, de acordo com dados divulgados hoje (9) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

O Conceito Enade foi calculado com base no desempenho dos estudantes no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2017.

O Enade é um exame feito por estudantes – ao final dos cursos de graduação – para avaliar conhecimentos, competências e habilidades desenvolvidas ao longo do curso. Levando em consideração o desempenho dos estudantes nas provas, os cursos são classificados seguindo uma escala de 1 a 5.

O conceito 3 reúne a maior parte dos cursos, aqueles que tiveram um desempenho menor que a maioria recebem conceitos 1 ou 2. Já os que tiveram desempenho superior à maioria, recebem 4 ou 5.

Na educação a distância (EaD), 39,4% obtiveram conceito 2 e 6,3%, conceito 1, o que significa que 45,7% obtiveram desempenho menor que a maioria. Apenas 2,4% tiveram conceito máximo, 5, e 12,4%, conceito 4. Ficaram com conceito 3, 39,6% dos cursos avaliados.

Na educação presencial, o resultado foi diferente, 27,6% conseguiram conceito 2 e 4,9% conceito 1, totalizando 32,5%. Na outra ponta, 22,4% ficaram com conceito 4 e 6,1% conceito 5. Ao todo, 39,1% desses cursos ficaram com conceito 3.

Matrículas

O último Censo da Educação Superior mostrou que as matrículas em cursos a distância cresceram 17,6% de 2016 para 2017, o maior salto desde 2008. A maior parte dos estudantes de EaD, 90,6%, está matriculada em instituições de ensino privadas.

O Conceito Enade é um dos indicadores de qualidade do ensino superior. Também com base no desempenho dos estudantes no exame e outros componentes é calculado o Indicador de Diferença entre os Desempenhos Esperado e Observado (IDD) e o Conceito Preliminar de Curso (CPC); e, a partir dos CPCs, o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC).

Os resultados servem como orientadores das avaliações locais do ciclo avaliativo e são, segundo o Inep, importantes instrumentos de avaliação da educação superior brasileira.

No geral, considerando cursos presenciais e EaD juntos, 5,9% dos cursos conseguiram o conceito máximo, 5; 21,9% ficaram com conceito 4; 39,1%, conceito 3; 28,1% tiveram conceito 2 e 5%, conceito 1.

Como foi a aplicação do Enade

Em 2017, cerca de 451 mil estudantes de 10,6 mil cursos de 1,5 mil instituições de ensino participaram do Enade.

Foram avaliadas as seguintes áreas com cursos de bacharelado e/ou licenciaturas: arquitetura e urbanismo; artes visuais; ciência da computação; ciências biológicas; ciências sociais; educação física; filosofia; física; geografia; história; letras inglês; letras português; letras português e espanhol; letras português e inglês; matemática; música; pedagogia; química e sistema de informação.

Foram analisados também os cursos de engenharia e engenharias ambiental; civil; de alimentos; de computação; de controle e automação; de produção; elétrica; florestal; mecânica e química, além dos cursos superiores de tecnologia nas áreas de análise e desenvolvimento de sistemas; gestão da produção industrial; gestão da tecnologia da informação e redes de computadores. (Agência Brasil)

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp