CV derruba drone da polícia de SP buscando olheiro do PCC no Rio

CV derrubou drone da polícia de SP que procurava olheiro do PCC no Rio

Kauê Amaral, apontado como olheiro do assassinato de Vinícius Gritzbach, teria
ficado abrigado na Vila Cruzeiro, comunidade dominada pelo CV

São Paulo — Integrantes do Comando Vermelho
(CV), principal facção criminosa do Rio de Janeiro, teriam derrubado um drone da Polícia Civil de São
Paulo que sobrevoava o morro da Vila Cruzeiro para tentar captar imagens de Kauê do
Amaral Coelho, apontado como olheiro no assassinato do corretor de imóveis
Vinícius Gritzbach, inimigo mortal do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Gritzbach foi morto com 10 tiros de fuzil
em 8 de novembro do ano passado no Aeroporto de Guarulhos, enquanto desembarcava
de um voo vindo de Maceió. Imagens de câmeras de segurança do saguão do
aeroporto mostram Kauê no local por várias horas, falando no telefone. Para a
equipe de investigação, ele seria o responsável por informar os atiradores sobre
a chegada do corretor de imóveis.

A força-tarefa que investiga a morte de Gritzbach afirma que, a partir do
cruzamento de dados dos aparelhos celulares de Kauê e de outros suspeitos, foi
possível identificar que ele teria fugido para o Rio de Janeiro, com ajuda da
namorada Jacqueline Moreira, presa nessa quinta-feira (16/1), e do
amigo Marcos Brito, preso nessa sexta (17/1).

Segundo a delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios e
Proteção à Pessoa (DHPP), Kauê teria inclusive sido fotografado na Vila
Cruzeiro. A polícia ainda tenta entender se o olheiro estabeleceu contato com
integrantes do CV.

“Ele estava em um local em que nós ficamos lá no período anterior ao Natal até
o dia 24 de dezembro. O que nós sabemos é que ele era orientado por alguém,
que nós não conseguimos identificar: ‘Não sai, não cruze essa linha’. Existe
uma linha ali na Penha que é até onde nós pudemos transitar, sem problema
algum. Passou daquela linha, é bem complicado”, disse Ivalda Aleixo, em
entrevista coletiva no DHPP na última quinta-feira (16/1).

“Nós tivemos apoio lá da Polícia Civil do Rio de Janeiro até um determinado
momento. Depois, eles já acharam que nós éramos loucos de ficar ali tanto tempo.
Porque nós estávamos muito expostos à Vila Cruzeiro. A informação é que a região
abriga muitos criminosos de outros estados”, acrescenta.

A suspeita, de acordo com a delegada, é que Kauê tenha deixado o Rio de Janeiro.
O paradeiro dele é desconhecido.

Além da namorada Jacqueline e do amigo Marcos, outras pessoas foram presas no
ano passado também por suspeita de ajudar o olheiro na fuga. São elas Matheus
Augusto Castro Mota, Matheus Soares Brito, Marco Henrique Soares Brito e Allan
Pereira Soares. Os dois últimos foram soltos logo após a prisão. A suspeita é que policiais
militares da Rota tenham plantado uma sacola de munição de fuzil em um carro
para justificar o flagrante.

Nessa quinta-feira (16/1), uma operação deflagrada pela Corregedoria da Polícia
Militar prendeu 15 policiais militares suspeitos de envolvimento com a morte de
Vinícius Gritzbach.

O cabo Denis Martins foi apontado como um do homens que executaram o delator no
Aeroporto de Guarulhos. Os demais integravam e coordenavam a equipe de segurança
de Gritzbach. Nenhum deles era da Rota.

Veja lista:

Dênis Antonio Martins
Erick Brian Galioni
Leandro Ortiz
Talles Rodrigues Ribeiro
Alef De Oliveira Moura
Julio Cesar Scallet Bardini
Abraão Pereira Santana
Leonardo Cherry Souza
Wagner de Lima Compri Eicardi
Romarks Cesar Ferreira Lima
Thiago Maschion Angecim Da Silva
Giovanni de Oliveira Garcia

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