A ONU Mulheres e instituições parceiras anunciaram os ganhadores de um edital que disponibilizará recursos para projetos de inserção de meninas nas áreas de tecnologia e ciências exatas. Entre as dez iniciativas selecionadas, estão programas de capacitação em robótica, desenvolvimento de games e aplicativos, oficinas de mídias digitas e software livre e experimentos com plantas medicinais. Em Goiás, o Grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado vai promover ações coletivas para o benefício da comunidade escolar, visando proporcionar experiências e informações sobre as contribuições das mulheres para a criação de recursos científicos e tecnológicos. Serão desenvolvidos Objetos Virtuais de Aprendizagem (OVAs) sobre a história de mulheres cientistas contemporâneas, intervenções pedagógicas com rodas de conversa e vivências interculturais em que as estudantes terão contato com cientistas e pesquisadoras.
O segundo edital Gestão Escolar para Equidade: ELAS nas Exatas recebeu 113 inscrições e selecionou organizações do Rio Grande do Sul, Pernambuco, São Paulo, Goiânia, Pará, Mato Grosso e Paraíba. A estratégia de fomento é fruto de uma parceria entre o Fundo ELAS, o Instituto Unibanco, a Fundação Carlos Chagas e a agência das Nações Unidas. Entidades escolhidas atuarão em instituições de ensino do governo. “Estamos muito satisfeitas de poder viabilizar oportunidades em escolas públicas para que meninas das cinco regiões do Brasil se aproximem e se apaixonem pelas ciências exatas”, diz a coordenadora-executiva do Fundo ELAS, KK Verdade.
Para Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres no Brasil, a inclusão de meninas nas ciências e tecnologias é um passo fundamental para fechar as lacunas entre homens e mulheres. “Os projetos revelam o potencial de meninas e escolas em diferentes localidades do Brasil num campo de conhecimento que precisa se transformar a partir da presença e produção de meninas e mulheres.”
Na avaliação da representante das Nações Unidas, a igualdade de gênero é “um elemento central” no contexto do surgimento e disseminação de novas tecnologias de comunicação e informação, mas nem sempre merece a devida atenção, permanecendo uma “questão pendente na revolução digital que está acontecendo”.
“Colaborar com as escolas para a equidade na educação, desconstruir preconceitos de gênero contribui para a autonomia das jovens mulheres em suas escolhas profissionais. As mulheres têm muito o que contribuir para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia brasileiras”, defende Sandra Unbehaum, da Fundação Carlos Chagas.Para Ricardo Henriques, superintendente-executivo do Instituto Unibanco, a seleção do segundo edital incluiu ainda a preocupação com outras desigualdades que permeiam a sociedade brasileira.
“A sólida capacidade técnica das pareceristas decidiu por dez projetos que representam todo o país, privilegiando uma diversidade de contextos para além de regiões metropolitanas. Estamos satisfeitos com o resultado pois permitiu aliar a agenda de equidade de gênero à étnico-racial”, explica.(nacoesunidas.org)