A Justiça da Espanha condenou o jogador brasileiro Daniel Alves a quatro anos e meio de prisão por agressão sexual. A sentença foi dada pela juíza Isabel Delgado Pérez, da 21ª Seção da Audiência de Barcelona. Cabe o recurso da decisão para ambas as partes.
A juíza determinou, além da prisão, que o jogador passe um período de cinco anos em liberdade vigiada, a ser cumprido depois da pena de prisão. Ele deve se manter afastado da casa ou do local de trabalhado da vítima por pelo menos um quilômetro e não pode entrar em contato com ela. O lateral deve, também, pagar uma indenização de 150 mil euros (R$ 805 mil) por danos morais e físicos, além de arcar com as custas do processo.
A Justiça espanhola declarou, em comunicado, que foi considerado que “a mulher não consentiu e que existem elementos de prova, além do testemunho da denunciante, para entender comprovada a violação”.
“o acusado agarrou abruptamente a denunciante, a jogou no chão e, a impedindo de se mexer, a penetrou pela vagina, apesar de a denunciante ter dito que não, que queria ir embora”. E entende que “isso cumpre o tipo de ausência de consentimento, com uso de violência, e com acesso carnal”, diz um trecho da decisão.
Daniel Alves não esteve presente na leitura da sentença. Estavam na audiência a promotora, Elisabet Jiménez; a advogada da vítima, Ester García; e a advogada de Daniel, Inés Guardiola, além de advogados de defesa e promotoria. Ao deixar o tribunal, a defesa informou que recorrerá a decisão.
Denúncia
Daniel Alves foi acusado de agressão sexual em uma boate em Barcelona, no dia 30 de dezembro de 2022. A vítima foi uma jovem espanhola. Ele foi detido no dia 20 de janeiro, quando compareceu para um depoimento. Desde então, ele segue no Centro Penitenciário Brians 2.
A denunciante alegou que as agressões ocorreram no banheiro do local, mesmo após ela pedir para que ele parasse. Em exames forenses, médicos encontraram evidências de DNA de Daniel Alves no corpo da denunciante, que comprova a penetração. Foram encontradas também amostras de sêmen no piso do banheiro do local, que foram comparadas ao material colhido pelo jogador na investigação. Todos os testes foram positivos.
Uma das médicas ouvidas no julgamento atestou que a jovem apresentava sintomas de estresse pós-traumático e que a vítima fica “muito nervosa ao escutar alguém falar português”.
A defesa tentou alegar que Daniel estava sob efeito de álcool, que pode ter comprometido “as faculdades cognitivas” do jogador. No entanto, atestaram que o lateral “podia distinguir o bem do mal” e “sabia o que estava acontecendo”.
Daniel chegou a prestar cinco versões diferentes do acontecimento durante depoimentos a Justiça. Na última versão, o lateral alegou embriaguez e que o ato foi consensual.